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Enviada em: 05/08/2018

A gestão pública pode ser definida como o conjunto de atividades ministradas pelas autoridades políticas (sejam elas municipais, estaduais ou federais), visando o desenvolvimento socioeconômico da região que comandam, bem como a boa qualidade da população inserida nesse local. Entretanto, no Brasil, a administração pública é exercida de maneira imprudente, gerando graves consequências para a integridade social dos indivíduos, tais como serviços públicos ineficazes de saúde e educação. Essa problemática é decorrente da corrupção presente na política brasileira, bem como da negligência do cidadão, que mesmo tendo seus direitos constitucionais feridos, não participa ativamente da política.        Primeiramente, é notório salientar que a corrupção é um dos principais fatores que permeiam a insuficiência da gestão pública no Brasil. Esse aspecto é decorrente dos valores de personalidade do brasileiro que, de acordo com o historiador Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra Raízes do Brasil, fazem com que os interesses pessoais sobreponham os interesses públicos. Dessa forma, é evidente ressaltar que muitos políticos, na ânsia de obter enriquecimento rápido para a construção de uma riqueza própria, se apropriam ilegalmente dos recursos destinados às necessidades do povo, como a saúde, segurança e educação. Isso é notado pelos recentes escândalos de corrupção deflagrados pela Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal, em que se estima uma perda de 42,8 bilhões de reais, que foram desviados dos cofres públicos e repassados, de forma indevida, para vários políticos.       Além disso, a negligência do cidadão quanto ao tema é um dos fatores que mantém o estado de incapacidade da administração pública brasileira. Isso é notado pela falta de participação política da maioria dos cidadãos, que acompanha o candidato somente durante as eleições, não se atentando às suas ações durante o mandato, o que faz com que práticas que firam a integridade da sociedade sejam realizadas e não sejam devidamente cobradas pela população, pois essa acredita que a política só é feita de quatro em quatro anos e não no dia-a-dia. Uma consequência disso é a eleição de indivíduos públicos por longos mandatos, mesmo que esses não tenham prestado serviços de qualidade ao povo.     Destarte, visto que a problemática é grave, é necessário que o Governo Federal invista de forma massiva nos Tribunais de Conta Estaduais e da União, bem como na instituição de Tribunais de Contas Municipais para cada um dos 5.570 municípios brasileiros, para que assim sejam fiscalizados corretamente os gastos públicos a nível local, diminuindo os casos de corrupção. Além disso, a Justiça Eleitoral deve realizar campanhas publicitárias, através dos veículos midiáticos, durante todos os dias do ano, incentivando o cidadão a participar ativamente da política, desde o momento do voto ao último dia de mandato do candidato eleito. Desse modo, a gestão pública será feita de forma madura no país.