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Enviada em: 05/08/2018

O sociólogo brasileiro Gilberto Freyre declarou que, sem um fim social, o conhecimento é a maior das futilidades. Tal concepção pode ser observada no que diz respeito à gestão de recursos públicos no Brasil, uma vez que demonstra-se incapaz de atender, de maneira plural, as necessidades básicas da população. Sendo assim, é essencial o redirecionamento das verbas governamentais, em prol de um corpo social mais justo e que rompa com as tendências tradicionalistas na política nacional.        Em primeiro plano, é válido ressaltar que o controle político-econômico brasileiro é excludente no que tange suas ações e efeitos. Tal perspectiva é notória na ideologia contratualista de Rosseau, na qual, para a efetivação de um governo, deve haver o domínio da vontade geral, benéfica a todos como coletividade, em detrimento dos anseios individuais, que são responsáveis pela supremacia de grupos minoritários dentro da sociedade. Nesse cenário, respaldado por posicionamentos marginalizadores, configura-se ilegítimo o sistema político-administrativo nacional sob a ética rosseauniana, cuja conduta moral restringe-se ao favorecimento dos setores influentes e o qual apresenta práticas assistencialistas insuficientes e paliativas no que concerne ao bem-estar da população. Desse modo, a problemática quanto à má gestão pública brasileira refere-se não apenas à elitização do poder governamental, mas também ao descaso em virtude das deficiências sociais da comunidade.        Destaca-se, ainda, que os transtornos advindos do gerenciamento contemporâneo tendencioso e desarmônico das instituições públicas são intrínsecos à manutenção do conservadorismo e de práticas coercitivas no corpo social brasileiro. Durante à República Oligárquica, por exemplo, foram visualizados inúmeros casos de trocas de favores, entre as esferas políticas, que visavam a permanência da estrutura político-administrativa elitizada, além da grave alienação popular quanto à atuação de seus representantes. Nesse contexto, assim como no Brasil moderno, é notória a unilateralidade existente na administração governamental, em que, enquanto houver a persistência de tal princípio na história nacional, ocorrerá a continuidade e intensificação de distúrbios socioeconômicos, sobretudo, no que se refere às comunidades vítimas da segregação econômica e seus impactos diários.       Por conseguinte, atitudes são imprescindíveis para solucionar o problema da gerência governamental brasileira. Cabe aos professores universitários de Ciências Políticas, por meio de vídeos socioeducativos nas redes sociais, oferecer aos indivíduos maior conhecimento acerca da situação política do país, a fim de que auxiliem na formação de uma sociedade reflexiva e que preconize o estabelecimento de um quadro administrativo multifacetado e coeso, o qual  cumpra  com os direitos básicos populares. Assim, em relação à visão de Freyre, o saber será empregado corretamente.