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Enviada em: 13/08/2018

O filósofo contratualista Rousseau, no século XVIII, defendeu a ideia de um estado centralizador no qual as pessoas, de maneira democrática, confiariam a gestão de seus interesses comuns. Tal estrutura, em sua base, tem sido aplicada em grande parte dos estados modernos, e é a proposta no Brasil atual. No entanto, o que se observa na realidade é que interesses políticos partidários envoltos em estratégias de campanha têm se sobrepostos às necessidades coletivas, denotando uma gestão pública símbolo de ineficiência e atraso       Em primeiro plano, pode-se ressaltar, como um dos maiores propulsores da ineficácia observada no setor público brasileiro, que grande parte dos cargos públicos estão ocupados muito mais com base em estratégias políticas do que na capacitação profissional. O que comumente se observa, sobretudo em instâncias municipais, é que o critério das contratações é primordialmente político, em forma de troca de favores ou mesmo aliciamento de votos. As consequências não poderiam ser mais perversas: pessoas desqualificadas são alocadas em postos de serviços que requerem capacitação, o fazem de maneira despreparada e afetam gravemente a qualidade de setores como da saúde, educação e segurança.       Outro aspecto tangente a essa questão, e de grande relevância no cenário atual, é a estruturação excessivamente burocrática das instituições públicas brasileiras. Nesse ponto, não se deve negar que a burocracia, na medida certa, tem sim seu fundamento e necessidade. Conforme proposta pelo sociólogo Max Weber, a burocracia tem a função de organizar, segundo critérios racionais, a administração pública de um estado, a fim de garantir a integridade de suas ações. Contrário a isso, a gestão brasileira oferece um aparato burocrático que mais dificulta do que auxilia na efetividade das ações; nesse modelo, o processo se sobrepõe ao resultado final, e esse último acaba sendo prejudicado em face dos impasses que a burocracia oferece. Os resultados se observam, sobretudo, no campo econômico, que é profundamente afetado.        Diante desse contexto, é fundamental que medidas sejam tomadas a fim de combater os problemas presentes na gestão pública brasileira. Como primeiro passo, é necessário que o Legislativo aprove a realização de mais concursos em detrimento das contratações, inibindo a possibilidade de que os cargos públicos sejam distribuídos conforme interesses políticos, garantindo que sejam alocados conforme capacidade profissional devidamente atestada e de forma imparcial, a fim de promover uma melhor atuação das instituições públicas e fazer com que essas não estejam mais sujeitas a deleites partidários, o que possibilitá uma melhor gestão.