Materiais:
Enviada em: 21/04/2019

Durante o período como colônia, a gestão pública do Brasil era responsabilidade da realeza portuguesa. Com a vinda da família real ao país, essa administração foi vivenciada de forma mais ampla, com a construção da Academia de Belas Artes e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por exemplo. Contudo, tanto no Império quanto da República, a gestão pública do Brasil sempre se caracterizou como pouco difusa e pouco eficiente, na qual algumas regiões são melhor desenvolvidas que outras, situação que amplia as desigualdades sociais e dificulta o desenvolvimento dos cidadãos.       Tal fato, de acordo com o sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda, pode ser definido pela dificuldade que o brasileiro apresenta em separar a esfera pública da esfera privada, gerando, com isso, mistura de interesses, nepotismo e problemas de administrabilidade e ética. Dessa forma, os escândalos de corrupção, propina e desvio de verbas públicas, como ocorrido na manutenção de estádios para a Copa de 2014, podem ser facilmente justificados. Além disso, essa situação gera a omissão de direitos básicos constitucionais para a população, pois a verba que seria destinada a projetos públicos acaba redirecionada para atender aos interesses de terceiros, aumentando, com isso, a vulnerabilidade e a marginalização dos cidadãos brasileiros.       Outrossim, a escassez de medidas que combatam os desvios na eficiência da gestão pública também é um problema, pois mesmo com a alternância de partidos eleitorais e grupos políticos no poder, a corrupção é, quase sempre, uma semelhança inerente. Uma prova disso é a Operação Lava Jato, que teve início em 2014 e continua até a atualidade denunciando esquemas variados de corrupção na gestão pública, como o da Petrobras. Com isso, o país perde prestígio internacional, situação que dificulta acordos, concessões e comércio e atravessa períodos de instabilidade política, com intensa polarização, como notado nas eleições presidenciais de 2018.       Diante do exposto, para melhorar a gestão pública torna-se necessário a adoção de corte de gastos e a agilização de processos pelo Governo a fim de mitigar a probabilidade de desvios de verbas públicas e esquemas de corrupção. Ademais, é preciso que os gestores, através de relatórios em diários oficiais, exponham os planos e as metas de mandato para que a população consiga participar ativamente do processo de gestão, exigindo, por exemplo, a realização das propostas políticas. Com isso, a desigualdade social fruto da má gestão seria mitigada e o desenvolvimento social dos brasileiros seria elevado.