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Enviada em: 20/04/2019

"Nas favelas, no senado.Sujeira pra todo lado.Ninguém respeita a constituição,mas todos acreditam no futuro da nação.Que país é esse?"A  música do Legião Urbana, apesar de lançada durante a ditadura militar, recebe reflexos contemporâneos quando associada a questão da gestão pública no Brasil.Nesse sentido, a sujeira representada pela corrupção e o desrespeito às leis fortalecem tal problemática e requer medidas que a contemporizem.       Primeiramente,caber destacar que a corrupção na administração pública possui vinculação ao patrimonialismo.De acordo com o sociólogo Max Weber, o patrimonialismo existe quando mistura-se a esfera pública com a privado.Em decorrência disso, contata-se a existência desse conceito na política do coronelismo ,durante a república velha, e do voto do cabresto, simbolizando a manipulação do agente público sobre o eleitor; e nos dias atuais, com a prática  de licitações fraudulentas, obras superfaturadas e o nepotismo ( quando a autoridade pública nomeia parentes para cargos públicos), que representam a  incorporação indevida do que é público com o fito de aumentar o patrimônio pessoal ou de outrem.Por conseguinte, evidencia-se uma máquina pública paralisada e as desigualdades sociais fomentadas.         Somado a isso, o descumprimento das leis pela autoridade pública fomenta a questão. O princípio da legalidade está presente no Direito Administrativo e tem como  base a afirmativa de que o agente público só pode fazer ou deixar de fazer algo em virtude da lei.Todavia, parece que o gestor público brasileiro não está ciente desse princípio,uma vez que escândalos como a operação da polícia federal  'navalha na carne', que consistia no uso de emendas parlamentares para a realização de obras públicas, na qual foi desviado dos cofres públicos mais de 1 bilhão de reais,e mais atualmente, a operação Lava Jato, representando o maior esquema de corrupção da história do Brasil.Consequentemente, há um aumento no descrédito do cidadão acerca do serviço público e da política,culminando na fragilização do Estado Democrático de Direito.      Destarte, faz-se mister a adoção de medidas que fortaleçam a gestão pública no Brasil.Dessa maneira, o Governo Federal deve empreender esforços no sentido de fortalecer os instrumentos de transparência pública ( internet, imprensa escrita e falada e "outdoor"), por meio da divulgação de planilhas de gastos públicos atualizadas referentes a gastos com obras, pessoal,empréstimos,licitações e qualquer atividade que implique em despesas públicas, a fim de coibir os casos de má gestão pública.Ademais, o Ministério da Educação deve promover palestras educativas visando fortalecer o papel participativo do cidadão, garantindo assim um futuro diferente da música "Que país é esse?".