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Enviada em: 09/04/2019

De acordo com o escritor renascentista francês, Guillaume de La Perriére, um governo benevolente é aquele que possui a responsabilidade de se expandir para incluir o bem-estar de seus cidadãos. Atualmente no Brasil, a configuração de governo é destoante ao que a renascença propôs e pode ser facilmente verificada, quando se discute a gestão pública do país. Nessa perspectiva, cabe analisar  fatores contribuintes à essa realidade, como a falta de organização política para administrar os setores de serviços públicos do país  e o condicionamento a qual sociedade é colocada, diante de atividades insuficientes para desenvolver uma melhor qualidade de vida.       Em primeiro lugar, é importante destacar como a falta de um planejamento eficaz para suprir as necessidades do Estado, esteja entre as causas do problema. Segundo o filósofo Michel Foucault, o papel do governo é maximizar o bem-estar dispondo de uma administração correta. Entretanto, diferente do pensamento foucaultiano, as necessidades básicas da população não são supridas a partir de um planejamento programado para reduzir as carências existentes nos setores da educação, transporte, segurança e entre outros, desenvolvendo uma infraestrutura suficientemente preparada para atender a essa demanda. Um bom exemplo que representa o distanciamento do Brasil de uma gestão de qualidade, é a sua posição em 79ª lugar, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano.        Ademais, é válido discutir sobre a forma como a administração pública leva a sociedade a conviver com insatisfatórios serviços sociais. Certamente, a gestão deveria garantir  benefícios para a população, mas são diversos os casos de pessoas que não possuem um bom atendimento  de saúde  por falta de recursos hospitalares, além de ficarem a mercê de um sistema de educação ainda não acessível ou despreparado para atender a todos os cidadãos, incluindo os que precisam de auxílio para sua formação, também convivem com a violência ou problemas de mobilidade urbana. Contudo, mudanças são possíveis nesse cenário, pois assim como defendia o psicanalista Freud, se mover para assegurar mudanças é melhor do que conviver com um sistema de vida ordinária.       Portanto, é imprescindível que mudanças sejam tomadas para qualificar melhor a gestão e organização do país. Dessa forma, cabe ao Ministério da Educação, junto ao apoio das instituições de ensino, de pedagogos e profissionais em gestão pública, desenvolver programas que podem ser lecionados de maneira prática, com intuito de disponibilizar o conhecimento sobre o funcionamento do controle das organizações públicas para que a sociedade civil  tenham acesso aos sistemas governamentais e mantenham uma participação ativa nessa administração. Assim, o governo benevolente imaginado em um tempo passado, sairá dos ideais do renascimento para a realidade.