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Enviada em: 12/04/2019

Com um período histórico de conturbações na conjuntura política nacional, o Brasil enfrentou diversos grandes golpes e ditaduras em articulação com as classes dominantes. Assim, é possível compreender que, durante esses processos históricos, a gestão pública afastou-se de um administração em prol do povo e se aproximou dos interesses de setores influentes a partir de uma estrutura corruptora.   Em primeira instância, é inegável que o dinheiro e a autoridade são as principais peças na política brasileira. Quando Adorno e Horkheimer, sociólogos alemães, dissertam sobre o domínio dos meios de comunicação de massa por grupos com poder financeiro, salienta-se a necessidade de analisar a difusão de ideologias no contexto nacional. Nesse sentido, diversos cidadãos entram em contato e, posteriormente, aderem às convicções filosóficas que podem não representar suas reais necessidades na sociedade. Por isso, muitas pessoas pobres e desprivilegiadas não têm a devida atenção no gerenciamento das verbas públicas e na criação de leis favoráveis a sua realidade social.   Concomitantemente a essa dinâmica de cultura e ideias, candidatos à política que não têm dinheiro acabam tendo, portanto, a necessidade de ter algum tipo de financiamento para perpetuar ideais e se eleger. Consoante às afirmativas, o Ministro de Propaganda da Alemanha Nazista, Goebbels, já havia compreendido que uma mentira repetitiva se tornaria uma verdade aceita no senso comum. Dessa maneira, empresas fazem “doações” para que personalidades ganhem força, conquistem espaço na administração do país e, como a política envolve interesses, peçam retribuições. Apesar de mal vista, essa atividade é recorrente e danosa na democracia brasileira e é conhecida por lobismo.    Portanto, é necessário repensar o voto popular como poderosa ferramenta para manutenção da gestão sob a perspectiva do bem comum. Justamente por se tratar de um problema estimulado institucionalmente, não se pode esperar soluções advindas diretamente da esfera pública. Logo, é dever da sociedade civil organizada (formada por famílias, associações dos moradores, grêmios estudantis e aglomerados partidários populares) incentivar o senso crítico na população no campo de disputa cultural analisado no século anterior, pela Escola de Frankfurt. Por meio de atividades culturais, ações sociais e debates gerais feitos por voluntários empenhados, a fim de evidenciar os verdadeiros problemas e necessidades da classe trabalhadora, para que cada um possa refletir, procurar e apoiar representantes alinhados aos seus anseios. Finalmente e, apenas rompendo com a apatia das massas, poderemos ter uma gestão pública formada por pessoas honestas e comprometidas às mudanças estruturais que urgem, tudo devido à transformação do simples voto em engajamento democrático e apoio crítico.