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Enviada em: 13/04/2019

É indiscutível que a gestão pública brasileira, de modo geral, apresenta sérias deficiências, traduzindo-se em um dos grandes desafios da nação para o século XXI. Seguindo princípios distintos daqueles orientados ao bem comum da população, essas práticas têm apresentado como objetivos principais a obtenção de vantagens pessoais e político-partidárias, em detrimento do progresso do país. Como causa disso, destacam-se a falta de preparação e de honestidade de parte da classe política.        Em primeiro plano, verifica-se que o baixo conhecimento técnico-científico acerca de administração pública por grande parte dos políticos é fator que sustenta o problema. A eleição de representantes de grupos hegemônicos de grande influência social associados a atividades rurais e religiosas, por exemplo, e de uma diversidade de outros profissionais, que se aproveitam da fama para entrarem na vida política, como esportistas e atores, definitivamente, não torna a casa pública brasileira uma referência em gestão. Sob esse viés, é preciso que haja um processo educativo capaz de aproximar tamanha diversidade em prol do bem comum, sob pena de perpetuação de práticas egoístas e clientelistas.         Paralelamente a essa dimensão técnica, quando o filósofo Lev Vygotsky afirma que a escola não deve se distanciar dos aspectos da vida social de seus participantes, ratifica-se a necessidade de eixos como a filosofia e ética serem desenvolvidos nos ensinos fundamental e médio. Contrariamente, a educação brasileira introduz de forma limitada ações pedagógicas capazes de desenvolver a cidadania em seus alunos, desenvolvendo seus currículos com foco, sobretudo, na preparação para o ENEM e vestibulares. Assim, indivíduos pouco informados e críticos quanto à importância de suas ações sustentam por meio do voto representantes nocivos aos interesses da nação.          Assim sendo, o Poder Legislativo deve regulamentar uma lei que obrigue os candidatos eleitos de todos os poderes a frequentarem um curso de administração pública custeado pelo Estado, com o propósito de aumentar a eficácia e eficiência da gestão pública brasileira. Ademais, o Poder Executivo Federal por meio da atuação do Ministério da Educação deve estabelecer, como parâmetro curricular nacional obrigatório, discussões sobre moral e ética em todas as séries dos ensinos fundamental e médio, visando garantir a formação de cidadãos honestos e de senso crítico apurado no longo prazo.