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Enviada em: 17/05/2018

Não se pode negar que a grande incidência de casos de gravidez na adolescência tem assumido papel de destaque na agenda nacional. Herança de uma sociedade fundamentada no patriarcalismo e no cristianismo, os adolescentes sofrem, hodiernamente, com a cultura da omissão de informações. Nesse contexto, faz-se necessário pautar sobre a falta de diálogo, bem como a influência do mídia diante dessa problemática que tem assolado os muitos jovens brasileiros. Em primeira análise, é válido referenciar o pensador e ativista francês Michel Foucaut, ao defender que apesar de pensamentos errôneos criados em outros períodos históricos, a sociedade é capaz de mudar isso. Nesse sentido, a concepção estendida até o período vigente de que falar sobre sexo com adolescentes, baseado na perspectiva de que nessa idade o ato sexual não deveria ser praticado leva à formação de uma população de jovens despreparados frente ao assunto e, consequentemente, mais propensos à gravidez. Outrossim, a influência oferecida pelo meio leva o adolescente a tornar precoce o sexo. Isto é, a naturalização dessa relação interpessoal demonstrada pelas mídias sociais como telenovelas e internet, por meio de cenas que explicitam o ato e mostram os participantes felizes e recompensados após isso, traz a ideia de que além de algo imenente à espécie humana, é causador de felicidade em qualquer circunstância. Nesse sentido, os infantes reproduzem as cenas na tentativa de alcançar a plenitude das telas e colhem os amargosos frutos da gravidez indesejada. De acordo com o supracitado, torna-se evidente o papel da família e escola, conjuntamente, em orientar o indivíduo ao uso de métodos contraceptivos, bem como a espera até que seja atingida a maturidade sexual, usando palestras, de modo a criar um pensamento crítico do adolescente frente a isso. Ao Conar, cabe realizar fiscalizações para que a naturalização do sexo na juventude seja evitado, a fim de promover uma sociedade na qual a gravidez não seja gerada por causa da mídia.