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Enviada em: 20/04/2018

No romance Preciosa de Sapphire, Claireece Jones, de 16 anos, sofre constantemente abusos do pai e engravida precocemente. Porém, longe da ficção, infelizmente, essa realidade permeia no Brasil. Isso se deve, em fato, pelas condições sociais da vida do adolescente e que caso não seja atenuada, é agravada pelas consequências físicas e psicológicas desse infortúnio. Nesse sentido, convém buscar alternativas para comedir esse impasse.       Em primeira instância, cabe destacar a atmosfera de violência e crimes, majoritária em comunidades carentes, que motiva a problemática. Segundo a Teoria do Fato Social de Durkheim, a coercitividade é aquilo que molda, força o comportamento social a agir a algo. De maneira análoga, é o que ocorre com os jovens que em contato com um cotidiano hostil, são influenciados pelo  meio a tomar decisões em sua prevalência precipitadas. Isso é perceptível, por exemplo, na gravidez precoce. Dessa forma, muitos jovens e adolescentes afetados pela insegurança e medo onde vivem, buscam alternativas para escapar dessa realidade.             Por outro lado, caso a gravidez fora consumada, há ainda as sequelas desse ato que repercutem na vida juvenil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a gravidez na adolescência é considerada de alto risco tanto para a mãe como para o recém-nascido. Isso porque, o corpo adolescente-juvenil não encontra-se preparado em sua efetividade para a maternidade. Alguns órgãos, como o útero, ainda estão em desenvolvimento durante a puberdade. Dessa maneira, tanto problemas físicos como a diabetes gestacional e pressão alta, quanto psicológicos a exemplo da depressão pós-parto, abandono e exclusão social podem acometer a vida da gestante adolescente.              Infere-se, portanto, que a gravidez precoce é um obstáculo a ser superado. Por isso, é necessário que unidades de atendimento com auxílio do Ministério da Saúde ofereçam serviços amigáveis e humanizados, como atendimento pré-natal e apoio psicológico antes, durante e pós parto para coibir a depressão e eventuais males para a vida do recém-nascido e da mãe. Além disso, é importante que o Ministério da Educação em parceria com a escola instruam, através de palestras e práticas, com médicos e psicólogos sobre os métodos contraceptivos para empoderar acerca da consciência da gravidez na adolescência. Só assim, poder-se-á presenciar um futuro mais digno para milhares de adolescentes gestantes assim como Claireece.