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Enviada em: 06/08/2018

A gravidez precoce é, apesar de um assunto de suma importância, algo pouco discutido na mídia e redes sociais brasileiras. Tal relevância é visível ao analisar os dados, já que o Brasil supera a taxa latino-americana de nascimento de filhos de jovens entre 15 e 19 anos. Ao negligenciar a propagação de informações de prevenção à gravidez, o país descuida de muitas causas e gera não só a gravidez precoce, mas muitas outras consequências.       Apesar da relatividade dos casos, na maioria das vezes o descuido que leva a uma gravidez é a falta de informação ou acesso a métodos contraceptivos. Os responsáveis pela informação são, primeiramente, os pais e a escola como complemento. Os jovens muitas vezes têm vergonha de conversar com os pais sobre sexo e a escola acaba descuidando-se por pensar que o assunto encoraja os jovens a tal prática. Muitos jovens mesmo sabendo do risco de gravidez, praticam o sexo desprotegido, por desconhecer a disponibilidade de métodos contraceptivos na rede pública de saúde.       É fato que, protegido ou não, os jovens darão início a sua vida sexual. Uma soma de inexperiência e aventura que tem grandes chances de ter resultados inesperados. Segundo o Ministério da Saúde (MS), 66% das meninas que engravidam não desejavam isso no momento, o que aumenta o número de abortos, acompanhamentos pré-natal mal feitos ou tardios e consequentes riscos para o bebê e para a mãe. O efeito psicológico nas meninas que se tornam mães são profundos e podem ser permanentes, pois alguns projetos de estudo ou trabalho se tornam inviáveis com a chegada de um filho, que requer carinho, tempo e atenção.       A última pesquisa do Ministério da Saúde consta que no período de 2004 a 2015, o número de grávidas adolescentes havia caído 17%. Para o governo essa queda foi facilitada pela CSA (Caderneta de Saúde dos Adolescentes), cujo papel é guiar o jovem nas descobertas do corpo e na prática do sexo seguro. Porém, ainda há muito a ser feito pela redução da gravidez na adolescência no Brasil. O MS deve propor uma campanha na mídia que alerte para as consequências de uma gravidez precoce e divulgar a disponibilidade de anticoncepcionais no sistema público de saúde. Assim, sabendo dos riscos e convicto da sua prática, o jovem procurará condições para se proteger e evitar consequências indesejadas tanto para si mesmo quanto para a criança que será gerada.