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Enviada em: 27/04/2018

Biologicamente a gravidez pode ser definida como o período que vai da concepção ao nascimento de um indivíduo, denomina-se gravidez na adolescência a gestação que ocorre entre os 10 a 20 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). De certo, essa mazela social é presente no Brasil, uma vez que o país apresenta a taxa de fecundidade adolescente acima da média mundial. Desse modo, deve-se analisar a desinformação acerca da educação sexual junto as condições de vulnerabilidade social de diversos jovens brasileiros.     Indubitavelmente, a desinformação acerca da educação sexual é o principal fator da gravidez precoce, visto que deriva de uma crença equivocada das escolas junto às famílias de que instruir os adolescentes sobre prevenção sexual pode encorajá-los a se tornar sexualmente ativos. Segundo Pierre Bourdieu, em sua teoria "Habitus", toda sociedade incorpora os padrões sociais impostos e os reproduzem ao longo das gerações. Certamente, a atuação do cristianismo na colonização impôs a exaltação da pureza sexual, sendo assim, a comunidade brasileira incorporou essa imposição e infelizmente naturalizou um enorme tabu quando o assunto é sexo. Isso é notório, à medida que 625.750 de garotas abaixo de 19 anos se tornaram mães no ano de 2014, apenas no Estado de São Paulo, segundo o site Acidadeon.     Outrossim, a partir da frase do Economista Roberto Campos, a qual dizia "Tudo o que se pode fazer é administrar as desigualdades, buscando igualar as oportunidades", analisa-se que o Brasil que está entre as dez maiores economias do mundo, falha em promover igualdade pois, apesar de ser um país rico, é notório o número de pessoas marginalizadas. Por conseguinte tal negligência resulta em jovens vulneráveis, na medida em que eles não têm acesso a uma educação de qualidade o que impossibilita uma perspectiva em relação ao mercado de trabalho. Para exemplificar, no brasil cerca de 83% das adolescentes que são mães precocemente não estudam e nem trabalham, conforme o levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em 2013.     Em suma, para que se diminua os casos de gravidez na adolescência, é preciso que o Ministério da Educação, através Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, crie um projeto de prevenção à gravidez, no qual consiste a adição da matéria sobre educação sexual na grade curricular, além de um fórum virtual para que a família junto aos alunos tenham o direito de opinar e dar ideias para tais aulas, com o intuito de envolver a comunidade no combate a problemática. Ademais, é necessário que o Ministério do Desenvolvimento intensifique os programas sociais, como o Bolsa Família, Bolsa Verde, entre outros, a fim de promover a inserção na sociedade dos brasileiros marginalizados, para que tais pessoas ampliem as oportunidades sociais, como educação e trabalho.