Materiais:
Enviada em: 26/04/2018

Em uma nação ideal a juventude é preservada e valorizada, e os nossos jovens vivem sem a necessidade de conviver com as preocupações dos adultos. No entanto,  no Brasil a realidade é diferente, as adolescentes de baixa renda estão perdendo a infância por conta da gravidez não planejada, que além de aumentar os riscos à saúde das mães e dos filhos, também evidência  o "tabu social" presente em assuntos sexuais. Desse modo, é necessária a análise das causas dessa problemática para a realização de possíveis intervenções.       A gravidez é uma situação complexa e delicada. Sem um devido apoio às consequências desse processo, indesejado e em um corpo em formação,  podem ser permanentes.  A saúde física e mental das jovens ficam extremamente debilitadas,  pois não só o risco de morte aumenta, como também a necessidade de formação de um senso de responsabilidade forçado pode causar problemas psicológicos como depressão e síndrome do pânico. Além disso, o feto pode nascer com deficiências adquiridas em sua formação e pelas condições sociais da mãe ter de enfrentar situações precárias de higiene. Assim sendo, é evidente o despreparo do SUS (Sistema Único de Saúde), pois ambas as taxas de mortalidade,  infantil e de jovens grávidas, está em constante crescimento.       Vale também ressaltar que o preconceito e a pressão social sofridas pelas mães adolescentes são muito mais frequentes do que a preocupação a respeito de informações contraceptivas durante a juventude. Socialmente é muito mais ocorrente o julgamento do que o auxílio, as escolas e os pais evitam tratar de assuntos importantes como sexo desprotegido, métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis com os jovens. Além disso, muitas vezes as mães não tem auxílio do pai da criança e isso somado ao fato de serem adolescentes faz com que não sejam bem vistas socialmente, gerando mais uma dificuldade: lidar diariamente com preconceitos sociais.      A gravidez na adolescência é, portanto, uma problemática social que precisa de soluções definitivas. Dessa forma, o SUS, em parceria com o Ministério da Educação, deve, de imediato, intensificar projetos relacionados a métodos contraceptivos, por meio de uma maior facilidade de acesso, um exemplo disso seria a distribuição gratuita de preservativos, femininos e masculinos, no âmbito escolar e, a longo prazo, a implantação obrigatória de aulas sobre sexualidade no currículo escolar brasileiro. Ademais, os meios midiáticos, em parceria com as escolas, devem aumentar a criação e a divulgação de campanhas, através das redes sociais e de projetos estudantis, que ajudem a erradicar o preconceito das pessoas sobre as mães jovens e o tabu social existente em assuntos sexuais. Isto posto, uma juventude brasileira ideal deixará de ser uma utopia.