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Enviada em: 01/05/2018

Com o passar dos anos, o desejo de ter um filho vem sendo adiado devido a inúmeros motivos, como a inserção da mulher no mercado de trabalho. Diferentemente do passado em que era comum uma mulher de 20 anos na terceira gestação, hoje, questões como estudo e carreira são principal preocupação da maioria das jovens. Apesar disso, a gravidez na adolescência está em evidência no Brasil, com 68,4 nascimentos a cada 1000 jovens entre 15 e 19 anos,um número alto contra os 11,3 nascimentos a cada 1000 jovens no Canadá. Considerando que muitas dessas gestações são indesejadas e causam inúmeros impactos na vida das jovens a curto e longo prazo, essa é uma problemática social e de saúde pública para o país.   Muito embora hodiernamente os métodos contraceptivos sejam mais acessíveis, ainda há um déficit na educação sexual de jovens. Muitas vezes a necessidade de proteção vem associada apenas a prevenção de DST's e, apesar de ser uma escolha equivocada, ao imaginar ter conhecimento das condições de saúde do parceiro sexual, o jovem opta por não proteger-se. As pílulas anticoncepcionais e pílula do dia seguinte são exemplos de medicamentos que geram muitas dúvidas, sendo as informações mais disseminadas em grandes centros, mas não englobando em sua totalidade as áreas periféricas brasileiras, áreas rurais e as populações de baixa renda, que constituem o grupo de meninas mais afetado pela gravidez precoce devido à falta de recursos.   Outrossim, o ato sexual constitui um tabu. Entre pais e jovens ou entre a escola e jovens, há uma barreira, que condena a prática sexual entre adolescentes, mesmo sendo conhecimento de que já no fim do ensino médio grande parte possui vida sexual ativa. Além disso, estando grávida, a jovem passa pelo julgamento da sociedade, que dificulta ainda mais a gravidez, com o distanciamento de amigos, falta de apoio familiar, dificuldades para retomar os estudos e conseguir um emprego futuramente, unidos a possíveis complicações de saúde devido ao despreparo físico e emocional.  Portanto, é evidente que o Estado deve agir tanto na prevenção da gravidez precoce quanto auxiliar as jovens que vivem essa realidade. O Ministério de Saúde deve agir em conjunto com o Ministério da Educação, e recursos dos governos estaduais devem ser utilizados para disponibilizar preservativos e pílulas anticoncepcionais a áreas mais afastadas, como periferias, áreas rurais e zonas com altas taxas de gravidez precoce, unidos a um programa de orientação nas escolas públicas e particulares quanto ao uso desses métodos, e quanto questões como fecundidade e fertilidade. Além disso, o governo federal deve criar uma instituição que acolha e oriente emocionalmente jovens gestantes que não possuem o apoio familiar, garantindo também o acompanhamento médico das mesmas.