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Enviada em: 06/05/2018

No documentário "Meninas", é retratado o cotidiano de adolescentes grávidas no Brasil, expondo as dificuldades enfrentadas por elas. Essa perspectiva é presente na vida de muitos jovens brasileiros, visto que, devido a fatores sócio-políticos, os índices de gravidez juvenil são elevados no país. Nesse sentido, a negligência estatal e a falta de diálogo no meio familiar evidenciam a necessidade da promoção de ações sociais, com o fito de sanar tal problemática.     Mormente, cabe pontuar que a baixa disponibilidade de campanhas educacionais sobre prevenção é uma das principais responsáveis pela grande quantidade de gestações na juventude. Isto, consoante ao pensamento do sociólogo Émile Durkheim de que a normalidade não é garantida quando as instituições sociais não cumprem seus papéis, ocorre, pois o Estado pouco investe nesse setor educacional e profilático. Diante disso, os infantes, por não terem fácil acesso aos métodos contraceptivos e a informações confiáveis e seguras, praticam relações sexuais sem prevenção, gerando, em muitos casos, gravidezes indesejadas e doenças, como AIDS, gonorreia e herpes.       Outrossim, o escasso diálogo, no âmbito familiar, acerca da vida sexual dos jovens fomenta a ocorrência de gravidez precoce. Essa problemática acontece, porque tal assunto é um tabu social, e, por isso, a maior parte das famílias não discutem sobre os perigos e más consequências da gestação nos adolescentes. Então, como a família é uma máquina produtora de personalidades, conforme defendido por Talcott Parsons, há a sintetização de uma juventude destemida e despreocupada com as dificuldades causadas no desenvolvimento socioeconômico dela pela gravidez juvenil. Desse modo, os casos de gestações aumentam cada vez mais, principalmente nos ambientes periféricos.      É evidente, portanto, que a gravidez em adolescentes é bastante presente no meio social brasileiro, necessitando-se a reversão de tal circunstância. Por isso, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, potencializar as políticas educacionais acerca da gestação precoce, com o intuito de estimular a prevenção pelos jovens. Dessa forma, nas escolas, palestras e debates sobre o assunto devem ser realizados por psicopedagogos e médicos hebiatras; bem como propagandas de incentivo ao uso de métodos contraceptivos devem ser efetuadas nos canais de televisão aberta e nas redes sociais. Ademais, ONGs precisam promover encontros entre famílias, a fim de debater e fomentar o diálogo sobre a vida sexual juvenil, mitigando, assim, o tabu existente. Destarte, a gravidez na adolescência deixará de ser parte da realidade brasileira.