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Enviada em: 14/05/2018

No ciclo biológico dos seres humanos, tem-se o nascimento, o crescimento, a reprodução e a morte. Na maioria das escolas brasileiras é ensinado tal ciclo. Cita-se principalmente nas aulas a fecundação que ocorre com o encontro dos gametas masculino e feminino. Mas, em muitas instituições de ensino primário e secundário, não se discute os problemas ocasionados por uma gravidez precoce, tão pouco se fala da necessidade de um planejamento para a concepção de um filho.       Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Brasil, mesmo com as intervenções realizadas entre 2000 a 2015, não conseguiu reduzir o número de adolescentes que engravidam ano a ano. Todos os anos, desde o ano de 2000, tem-se 700 grávidas em um grupo de 1.000 adolescentes com idades entre 15 e 19 anos. Para se ter uma ideia do problema, nos Estados Unidos o índice atual é de 22,3%. Nota-se que apesar das iniciativas do poder público, como o Programa intersetorial, Saúde na Educação (PSE), desenvolvido pelos ministérios de Saúde e Educação, ainda há muito o que se fazer. Pois levar informações apenas acerca da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, assim como o risco de gravidez, é pouco. Os adolescentes, do gênero feminino e masculino, devem sim receber instruções do sexo seguro e, principalmente, do que é ser pai e mãe. Assim, como nos Estados Unidos, deveria-se implantar nas escolas o ensino de economia e planejamento familiar. Para que desde a infância para adquirimos consciência de que ser pai é mais do que fertilizar um óvulo, e ser mãe, muito mais do que gestar um ser vivo por nove meses.       Além do mais, no que se refere o que é tipicamente esperado da fase de vida denominada adolescência remete um conflito entre um corpo biológico que atinge o ápice da maturação sexual e o social e suas regras limitadoras. Logo, a explosão de hormônios a descoberta do corpo e a impulsividade, embasada em teorias biológicas explicam em parte a gravidez de adolescentes. De modo complementar, o modo com que a sociedade e a família lida com a sexualidade também contribui com a estatística de mães e pais adolescentes. Isso porque, não raro as pessoas que lidam diretamente com adolescentes relatam vergonha e medo de estimular antecipadamente o tema sexo com seus alunos ou filhos. Sendo assim, optam pelo silêncio.       Por fim, a famosa frase em latim "conhecimento é poder", aplica-se neste tema, uma vez que o que se deve fazer, além de políticas como o PSE, é fazer uma abertura franca, por parte da família e da sociedade, sobre essa fase e como ela pode ser impactante no futuro, tanto dos jovens quanto dos filhos que serão gerados.