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Enviada em: 12/05/2018

A necessidade de prover mecanismos básicos de saúde e melhores condições de vivência para a população é um critério indispensável nas nações emergentes. Todavia, no Brasil, o avanço dos riscos advindos da concepção precoce de filhos tem se propagado de forma contrária a tal preceito. Sob essa vertente, não há dúvidas de que a gravidez na adolescência trata-se de um grave problema a ser enfrentado tanto a partir de mudanças no âmbito governamental quanto cultural.             Em uma verificação inicial, convém ressaltar que o papel deficitário desempenhado pelo Estado dificulta o controle da geração de filhos na idade juvenil. Destarte, a ínfima existência de campanhas que visem orientar e fornecer auxílios de acolhimento à gestantes , principalmente, de baixa renda corrobora a falta de suporte físico e psicológico para elas. Isso configura o que o sociólogo francês Pierre Bourdieu classifica como ‘’ Habitus’’, ou seja, a reprodução de paradigmas arbitrários na coletividade, nesse caso, a mortalidade materna e a falta de perspectivas futuras das gerações resultantes desse transcurso, consequências lamentáveis da negligência governamental com a intervenção no aumento da procriação entre os jovens brasileiros.            Outra constatação pertinente relaciona-se à existência de tabus sexuais na coletividade como fator atuante da gravidez na adolescência. Porquanto, ainda prevalece no senso comum valores patriarcais responsáveis por reprimir a discussão, entre pais e filhos, sobre a vida sexual das mulheres e os métodos contraceptivos devido a errônea ideia de que isso irá estimular a sexualidade precoce. De acordo com a filosofia dialética de Hegel , a modificação de pensamento dos indivíduos determina a transformação da realidade, logo, a superação da visão machista é fundamental para transpor os obstáculos que dificultam a prevenção da concepção na menoridade.            Dessa forma, compete ao Ministério da Saúde a função de ampliar o número de agentes de saúde nos municípios brasileiros bem como os capacitar para a correta distribuição de cartilhas instrutivas sobre as formas de se prevenir e lidar com a gravidez, preservativos e anticoncepcionais , mediante cursos gratuitos de humanização no trato com essas questões, objetivando instruir atos de precaução no cotidiano das comunidades.Ademais, cabe à família, responsável pelos adolescentes e jovens, o encargo de orientá-los , por meio do diálogo, a compreenderem os impactos que o ato sexual sem proteção pode ocasionar nas suas vidas, visando interferir nesse cenário conturbado.Com isso, será possível estabelecer parâmetros de bem-estar social compatíveis com o potencial processo de desenvolvimento brasileiro