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Enviada em: 10/05/2018

O filme Juno, escrito e dirigido por Jason Reitman, argumenta, ao longo de sua narrativa, que a gravidez na adolescência tem se tornado um fenômeno cada vez mais comum nos Estados Unidos. Embora aborde um tema concernente ao território norte-americano, a obra cinematográfica retrata, também, a realidade brasileira. Ao se analisar o questão, percebe-se que a problemática é, em parte, fruto da educação sexual deficitária do país. Soma-se a isso o estigma com que a sexualidade é tratada no Brasil.    Em primeira análise, é notório que uma educação sexual eficiente, quando oferecida pelas instituições de ensino básico, promove, na medida do possível, a redução percentual dos transtornos relacionados à sexualidade humana . Contudo, os brasileiros são filhos de um processo educacional defasado, o que produz um cenário onde problemas, como a gravidez na adolescência, são recorrentes. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratualista Thomas Hobbes, pode ser superada pela atuação conjunta da sociedade e do Estado.    Sócrates, em sua vasta teoria, afirma que um estigma, qualquer que seja, afeta o desenvolvimento social de uma nação. No entanto, os brasileiros, desinformados dos prejuízos causados pelo preconceito, não debatem com seus filhos sobre a importância de se protegerem ao realizarem o ato sexual. Como consequência disso, o número de adolescentes grávidas tem aumentado nos últimos anos, como mostra a pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) no período compreendido entre 2013 e 2014.    Evidencia-se, portanto, a necessidade de se elaborar medidas que mitiguem o quadro atual. Para tanto, cumpre ao Estado instituir, através de sanções do poder Executivo, uma educação sexual, ofertada em todas as instituições de ensino básico, que contemple todos os tópicos do assunto, objetivando, assim, sanar as adversidades relacionadas ao tema. Não obstante, ONG's podem, por meio de incentivos fiscais da iniciativa privada, promover cursos intensivos que procurem orientar e aconselhar pais a conversarem com seus filhos sobre a importância dos preservativos durante as relações sexuais, visando, dessa forma, anular o estigma que existe sobre o sexo e, consequentemente, diminuir os casos de gravidez na adolescência.