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Enviada em: 14/05/2018

É indubitável que a incidência de gravidez na adolescência aumenta significativamente. Diante desse quadro, as alterações sociais ocorridas no âmbito da sexualidade concomitantemente com o nível socioeconômico são fatores que promovem a problemática, visto que, as consequências atingem desde os riscos durante a gravidez até a vida escolar. Nesse contexto, não há dúvidas, de que é fundamental o combate a gravidez no Brasil, ampliando o acesso dos jovens à educação e saúde.  Convém ressaltar, a princípio, que a prevalência de gravidez na adolescência é concentrada em classes mais pobres. Uma vez que, segundo o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística, 44,2% das meninas de 15 a 19 anos pertencem à faixa de renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Quanto a essa questão, é notório que, o número é reflexo da ausência de investimentos significantes na educação, principal maneira de obter resultados através de informações.À vista disso, avançar na prevenção da gravidez precoce vai além de métodos contraceptivos, é preciso debater sobre a corresponsabilidade dos homens e a ideia de modelo de família que, infelizmente, ainda é patriarcal e constitui um "ideal" de famílias. Assim, os números serão minimizados e não atingirão os grupos de maior vulnerabilidade social.   Sob essa conjectura, é possível observar que ao engravidar precocemente, os jovens são, em sua maioria impedidos de realizarem desejos pessoais, como ingressar em uma universidade ou tem dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Em conformidade com as ideias do contratualista John Locke, isso se configura no descumprimento do "contrato social", visto que o Estado não cumpre a função de garantir o acesso a educação e saúde de qualidade, impedindo a manutenção de igualdade entre os membros da sociedade.Tal fato se reflete, tristemente, em um círculo vicioso de miséria, pois a ausência dos direitos imprescindíveis, impede que os pais tenham boas condições financeiras de criarem as crianças em um campo de visão diferente.  Diante dos fatos supracitados, é necessário que exista uma análise ampla sobre o comportamento dos jovens em relação a sexualidade.Então, é necessário que o Ministério da Educação concomitantemente com o Ministério da Saúde, promovam debates acerca do assunto em locais públicos, com a participação dos jovens e pais, oportunizando o acesso a informações esclarecedoras, acompanhados de profissionais tanto da educação como da saúde. É imprescindível, ainda, que os jovens que experimentam tais situações tenham apoio psico-social, visibilidade na sociedade e incentivo para buscarem melhores condições e consequentemente cobrarem dos órgãos responsáveis os direitos.Assim, o combate a gravidez precoce será minimizado.