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Enviada em: 13/05/2018

O seriado 16 And Pregnant - grávida aos 16 -  é produzido em formato de documentário e busca expor aos espectadores uma visão acerca da problemática da gravidez na adolescência e os riscos da maternidade precoce. Nesse contexto, o Brasil enfrenta desafios no que concerne a gravidez entre jovens, visto que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país é o quarto com o maior número de adolescentes grávidas da América do Sul. Frente a provectos fatores de insuficiência governamental e precariedade sócio-educacional, a problemática instala-se. Convém ressaltar, a princípio, o entrave governamental. A gravidez na adolescência teve uma queda de 17% no Brasil segundo dados do Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) do Ministério da Saúde, mas ainda que tal informação seja positiva, a gravidez não planejada é um fato corriqueiro. Nota-se, portanto, que a desigualdade é fator contribuinte para a persistência da gravidez na adolescência, visto que de acordo com o Sinasc, o Nordeste é a região que apresenta o maior número de adolescentes grávidas, pois mesmo havendo métodos contraceptivos disponibilizados pelo Ministério da Saúde, a informação, muitas vezes, não chega até essas jovens, tendo como consequência, a gravidez não planejada.  Ademais, a influência histórica que a igreja tem sobre a sociedade, inclusive, no modo como é visto o tema sexo, faz com que o assunto seja pouco debatido na esfera social. Isso acaba retendo informações que deveriam ser compartilhadas com os adolescentes, que têm iniciado cada vez mais cedo a vida sexual e que são vítimas da própria ignorância. Isso decorre de que quando há iniciativas de promover a educação sexual em escolas, justamente por considerar que a família não tem feito o seu papel nessa área, os educadores são alvos de sanções sociais e de órgãos administrativos que não respeitam a laicidade do Estado. E sendo o homem fruto da educação, como o princípio Kantiano afirma, o não investimento em instrução sexual só pode resultar no constante aumento do número de adolescentes grávidas. Torna-se evidente, portanto, que é por meio da educação que a gravidez precoce será combatida, por isso, cabe ao MEC a promoção de palestras com especialistas em sexualidade juvenil em escolas de nível médio e de debates que instruam a família sobre a importância da responsabilidade sexual, para que assim, os conhecimentos necessários para um possível início da vida sexual sejam ofertadas aos jovens e o tabu social sobre sexualidade possa ser quebrado. Além disso, o Ministério da Saúde deve realizar campanhas de divulgação dos métodos contraceptivos que são ofertados nas redes públicas de saúde a fim de informar os adolescentes e torná-los conscientes acerca dessa problemática.