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Enviada em: 07/05/2018

Nocivo Shomon, rapper brasileiro, retrata em sua música "final comum" a história de uma menina que morreu após procedimento abortivo em uma clínica clandestina. Analogamente, a gravidez na adolescência tem forte presença no cotidiano de nosso país, atrelada a falhas no âmbito informativo e à falta de contato que os jovens, principalmente os mais pobres, têm com métodos contraceptivos.        Durante a era medieval, com influência eclesiástica, o sexo era visto como tabu. Em uma sociedade enraizada com pensamentos ancestrais, ainda é grande o receio de falar sobre o assunto em ambiente familiar, o que dificulta o conhecimento dos jovens acerca do assunto. Em virtude disso, muitas meninas acabam engravidando, o que pode ser facilmente visualizado nos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), que mostram que o Brasil é um dos países latino-americanos com maior taxa de natalidade entre adolescentes, somando quase 70% de gestantes entre 15 e 19 anos.             De acordo com o pensamento Marxiano, há em todas as facetas da sociedade ligação com seu processo produtivo. Analisando os dados supracitados, vê-se que a gestação púbere pode ser relacionada ao sistema capitalista, em que é grande a segregação social, distanciando os indivíduos pobres do contato com métodos contraceptivos, já que recebem educação precária e é mínimo o acesso á informação.       Ademais, a falta de recursos financeiros pode prejudicar outros fatores no que diz respeito à gravidez na adolescência. É imprescindível o cuidado que as gestantes devem ter com si mesmas e com seus filhos, fazendo com que haja a necessidade de um eficiente sistema público de saúde, que, apesar de ser garantido pela constituição de 1988, não é garantido desejavelmente na prática, acarretando a morte de milhares de jovens devido a doenças, durante e após a gestação.       Diante desse cenário fragilizado, urge, portanto, a necessidade de maior diálogo entre os adolescentes e as diferentes esferas da sociedade. O Ministério da Saúde deve divulgar campanhas informativas, principalmente nas redes sociais nas quais os jovens têm maior acesso, alertando-os sobre a prevenção sexual e sua indispensabilidade. Além disso, as prefeituras devem disponibilizar psicólogas em todos os postos de saúde, para que as mães adolescentes tenham apoio profissional em momentos como depressão pós-parto, muito comum na gravidez indesejada e que necessita de tratamento. Por fim, a União deve aprimorar a gestão de recursos financeiros na área obstétrica, a fim de que as gestantes recebam o atendimento de saúde que necessitam.