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Enviada em: 07/05/2018

"Não se nasce mulher, torna-se mulher". A frase de Simone Beauvoir evidencia as constantes transformações sofridas pelas pessoas do sexo feminino. Uma delas é a de tornar-se mãe. Entretanto, no Brasil, muitas meninas vivem essa experiência de forma precoce, na fase da adolescência. Dessa forma, o governo deve agir para mitigar os índices epidemiológicos que reproduzem essa constatação.       O Brasil é um país laico, ou seja, não possui religião oficial. Entretanto, desde o descobrimento do país, no século XIV, o Cristianismo exerce grande influência no pensamento da população. Isso se reflete nos dias atuais, uma vez que para os pais, conversar sobre sexo com seus filhos ainda é um tabu. Além disso, a educação sexual não está inserida como metodologia pedagógica das escolas, principalmente nas de ensino fundamental e médio. Esses fatos fazem com que muitos jovens tenham dúvidas sobre esse assunto, já que durante essa faixa etária vivenciam várias transformações biológicas e psicológicas, que são marcadas pela instigante curiosidade de conhecer novas sensações. Como reflexo, os casos de gravidez na adolescência no Brasil são alarmantes: a taxa é de 68,4 nascimentos para cada mil meninas de 15 a 19 anos.       Esses índices geram como impacto negativo a evasão escolar. Para cuidarem do recém-nascido, os pais abandonam a escola e são inseridos no mercado de trabalho ainda despreparados e sem qualificação. Assim, a miséria é perpetuada, uma vez que os jovens mais vulneráveis a esse acontecimento são aqueles de menor poder aquisitivo. Além disso, a gravidez na adolescência gera riscos á saúde da mãe e do bebê. Com a imaturidade do corpo, o útero ainda não está completamente desenvolvido, trazendo como consequências maiores casos de aborto espontâneo, parto prematuro e má formação do feto.       Os casos de gravidez na adolescência devem, portanto, diminuir. Para isso, o governo deve, através de campanhas educativas, aumentar o nível de informação dos adolescentes sobre a importância da utilização adequada dos métodos contraceptivos e sobre os riscos de uma gravidez na adolescência. Além disso, o Ministério da Educação deve implementar projetos de inserção da matéria de educação sexual na grade curricular das escolas. Agindo assim, estarão contribuindo para que os índices epidemiólogicos de gravidez precoce seja reduzido, evitando assim, a evasão escolar e consequentemente a perpetuação da pobreza.