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Enviada em: 13/05/2018

A problemática do casamento e gravidez precoces comumente é associada à lugares que diferem culturalmente do Brasil, como a Índia, países africanos e árabes. Contudo, o número de brasileiras entre 10 e 19 que se tornam mães, apesar de relativa queda nos últimos anos, ainda configura um cenário alarmante, permeado pela desinformação, desigualdade e vulnerabilidade social.        Mormente, segundo o pensamento do sociólogo Émile Durkheim, o meio em que o indivíduo vive influencia suas ações e comportamentos. Logo, pode-se inferir que adolescentes que se encontram em um ambiente social fragilizado e hostil estão mais suscetíveis ao desconhecimento sobre a gravidez precoce e suas consequências sociopsicológicas e físicas para mãe e filho. Para ilustrar a situação, pode-se tomar como exemplo a região nordeste do país, que segundo o Ministério da Saúde concentra 32% dos filhos de mães adolescentes, e é uma área que carece de recursos médicos e maior abrangência de políticas públicas como o Programa Saúde da Família e popularização de métodos contraceptivos.       Outrossim, a gravidez na adolescência mantém estreita relação com a evasão escolar: 59% das jovens deixou de frequentar a escola, de acordo com pesquisa realizada por Marilei Bressani. Os grandes motivadores dessa conduta são o constrangimento e coerção perante colegas e corpo docente. Com isso, são desencadeados problemas psicológicos e de socialização, além da difícil inserção no mercado de trabalho.       Mostra-se eficaz diante desse cenário fragilizado, portanto, que, com palestras em escolas, comunidades e peças publicitárias governamentais, haja uma orientação aos jovens, buscando conscientizar essa parcela da população sobre métodos contraceptivos e gravidez. Também cabe à instituição familiar auxiliar e aconselhar os jovens em diálogos abertos  visando a maior compreensão acerca da gravidez entre jovens, seus riscos e responsabilidades.