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Enviada em: 14/05/2018

O período que se seguiu após o fim da Segunda Guerra Mundial, foi palco de profundas mudanças em diversas esferas da sociedade. E, no Brasil, não foi diferente, em consequência do processo de desenvolvimento rápido e desordenado vivido pelo país, o mesmo enfrenta diversos problemas como os excessivos casos de gravidez na adolescência. Diante dessa questão, urge a necessidade de se compreender e debater suas causas socioeconômicas, culturais e seus impactos na sociedade.       Em um primeiro plano, é importante constatar como o contraste socioeconômico é determinante  para índices tão elevados de tal assunto no país. Segundo Rousseau, a desigualdade é a fonte primeira de todos os males sociais e a origem primordial dos problemas da sociedade. Nesse sentido, a gravidez precoce, em geral, não é planejada e acontece principalmente em meio a invulnerabilidade social. Torna-se evidente, desse modo, que a desestruturação familiar, a fragilidade da educação e a instabilidade econômica estão diretamente relacionadas as altas taxas de gravidez na adolescência.       Outrossim, torna-se imprescindível analisar a situação da população jovem em meio ao crescente impacto da modernidade na organização social. A fluidez dos vínculos humanos, característica do processo de globalização, atinge diretamente a forma como o homem interage com seus semelhantes. As relações volúveis e efêmeras, decorrentes do individualismo e vinculadas à incessante busca pela felicidade, resultam na falta de laços socioafetivos e o não uso de preservativos que, atrelados a carência de informação e a precariedade do sistema público de saúde, ampliam os riscos de doenças sexualmente transmissíveis e surgimento de novos casos de gravidez.       Conforme Foucault, em seu estudo sobre temas proibidos, a sociedade moderna tende a tornar tabu assuntos que causam desconforto a população. Desse modo, temas como sexualidade e gravidez ficam restritos a ações pontuais, sendo a falta de debate e a fragilidade da educação sexual, em ambiente familiar e escolar, agravantes do problema. Os governos, por sua vez, se limitam à campanhas esporádicas, que não primam pela conscientização, mas apenas pela informação a respeito de métodos contraceptivos. Diante dessa realidade o índice de gravidez precoce cresce a cada dia.       Diante da importância de se diminuir a taxa de gravidez na adolescência, faz-se indispensável uma integração de políticas por parte do Ministério da Educação que contemplem a trajetória da educação sexual em sua totalidade visando atenuar seu impacto na sociedade. Da inserção de aulas e gincanas na grade curricular estudantil sobre conscientização e o diálogo como forma de resolução desses impasses. Bem como um maior investimento em áreas carentes com projetos sociais e culturais, além de medidas preventivas,como cartilhas e palestras, que auxiliem a população sobre a gravidez precoce.