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Enviada em: 09/05/2018

Como disse Stuart Mill: ''De seu próprio corpo e mente o indivíduo é soberano.'' ou seja, ele é responsável pelos seus atos e tem livre arbítrio sobre suas ações. Todavia, torna-se questionável se essa soberania é bem ministrada quando se colocado em evidência o expressivo número de casos de gravidez precoce no Brasil, seja pela falta de uma educação sexual sólida ou pela situação de exclusão socioeconômica das jovens.   Em primeira análise, a ausência de uma formação educacional voltada para o assunto contribui para os altos índices de gravidez na adolescência. Isso ocorre porque, segundo a ONU, adolescentes sem nenhum tipo de educação sexual tem quatro vezes mais chances de engravidarem antes do tempo do que aquelas com um bom grau de informação na área. Nesse viés, a gravidez decorre de fatores biológicos, porém são fatores não biológicos, como os aspectos culturais, que podem evitar uma gestação precoce, tornando-se imprescindível uma boa educação sexual.   Ademais, a situação de fragilidade social e econômica de parcela das jovens elevam essas taxas. Nesse sentido, meninas em situações de vulneráveis, como pobreza e falta de acesso à políticas públicas, são mais suscetíveis a gestação prematura, considerada de alto grau de risco. Por consequência, depois de engravidarem abandonam a escola sem terminar os estudos, o que dificulta sua inserção no mercado de trabalho e fomentando assim, a perpetuação da situação de pobreza.   Portanto, demonstra-se fundamental adotar medidas governamentais eficazes para findar a gravidez na adolescência. Cabe ao Ministério da Saúde investir em programas de atendimento que visem preparar os jovens para uma vida sexual saudável, contribuindo com aulas ministradas por profissionais da saúde, visando orientar e esclarecer possíveis dúvidas dos jovens, além de oferecer métodos contraceptivos seguros e gratuitos. Talvez assim, sob a ótica de Stuart Mill, os jovens possam usar a soberania de seus corpos sabiamente.