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Enviada em: 08/05/2018

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a gravidez é considerada precoce quando a menina engravida entre 10 e 19 anos. Nesse sentido, tem-se observado um aumento crescente de casos de gestação na adolescência, o que é preocupante para a sociedade, especialmente ao se analisar o risco de saúde para mãe e filho e dificuldades sociais. Em face a isso, depreende-se que essa condição se deve à cultura e à dificuldade de acesso a métodos contraceptivos.        Mormente, é importante ressaltar que a falta de diálogo em casa acerca do assunto é um fator determinante para a ocorrência da gravidez na adolescência. Isso ocorre porque o sexo ainda é tratado como tabu na maioria das casas brasileiras, remetendo a períodos históricos em que as mulheres só deveriam conhecer o ato após o matrimônio. Em face a isso, infere-se que essa atitude retrógrada tem contribuído para um relação de falta de confiança entre pais e filhos, e ainda, para a ignorância de jovens, que em plena Era da Informação, não adquirem conhecimento básico sobre métodos contraceptivos, e acabam tendo que conviver com uma gravidez precoce.        Outrossim, compreende-se que um dos resultados da falta de diálogo é a dificuldade de acesso aos métodos contraceptivos, uma vez que as jovens, muitas vezes, não têm recursos financeiros para os conseguirem, sobretudo em áreas mais pobres. Em virtude disso, é comum que em regiões carentes, como o interior do Pará, tenham um índice de gestação precoce em cerca de 3 a cada 5 nascimentos, segundo a OMS. Tal situação ocorre em função das condições de vida precárias dessa população, a qual não contém atendimento de saúde de fácil acesso nem distribuição de métodos contraceptivos pela rede pública.        Destarte, fica evidente que a gravidez na adolescência é uma triste realidade brasileira, e urge de intervenção. Em primeiro plano, é inquestionável a necessidade de diálogo entre pais e filhos, o que se dará por meio das escolas, as quais deverão realizar palestras para os alunos e seus responsáveis, em que evolverão psicólogos e psicopedagogos, que irão expor a importância da conversa sobre sexo dentro de casa, além de conscientizá-los sobre a função de cada método contraceptivo, para que os jovens sejam instruídos adequadamente, pois, como afirma o sociólogo, Talcott Parsons, as famílias são fábricas que produzem personalidades humanas. Ademais, é imprescindível que o Ministério da Saúde abra mais postos de saúde em regiões carentes, o quais deverão oferecer psicólogos e agentes de saúde especializados em gestação precoce, além de oferecer camisinhas e pílulas anticoncepcionais gratuitamente, para que os adolescentes tenham apoio e recursos necessários. Feito isso, o Brasil poderá promover uma qualidade de vida melhor aos seus jovens.