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Enviada em: 08/05/2018

A França é um país conhecido pelo forte engajamento feminino em questões envolvendo reprodução e sexo. Tendo em vista o peso da educação sexual no país, não é de se admirar que as francesas figurem como a população feminina que menos tem casos de gravidez na adolescência (apenas seis adolescentes grávidas para cada mil, segundo estudo da ONU). Infelizmente, a realidade brasileira está longe da europeia e, atualmente, mais de 200 mil adolescentes brasileiras se tornam mães antes dos 19 anos, conforme a mesma pesquisa. Nesse sentido, fica clara a necessidade de tomada de medidas para mudar esse cenário no Brasil.   Segundo o Fundo de População das Nações Unidas, um em cada cinco bebês que nascem no Brasil é filho de mãe adolescente. Esse cenário preocupa, pois além de interferir diretamente no desenvolvimento do país, uma vez que uma parte significante da população jovem (mulheres e homens) tem que se afastar dos estudos para trabalhar e/ou cuidar da criança. Também indica que, apesar do largo acesso à informação por meio da internet, os jovens brasileiros ainda desconhecem ou ignoram o uso de métodos contraceptivos.   Além de representar um preocupante cenário para o desenvolvimento do Brasil, o grande número de adolescentes grávidas também está relacionado a um costume que, infelizmente, é comum em nosso país: o casamento infantil. Atualmente o Brasil possui a maior taxa de casamentos de meninas com menos de 18 anos da América Latina, de acordo com o Banco Mundial. Esse número aponta para a desigualdade de gênero ainda existente na sociedade brasileira que é permeada por outras mazelas sociais, como a pobreza e o pouco acesso à informação de grande parte da população feminina e suas famílias.   Dadas as informações apontadas, fica clara a necessidade de ações que modifiquem o cenário de gravidez precoce no Brasil. É importante que as escolas, com o apoio do MEC, forneçam informações (por meio de palestras e distribuição de cartilhas) para adolescentes – garotos e garotas – e suas famílias, sobre métodos contraceptivos e como usá-los. Além disso, a Polícia Civil deve investigar com mais rigor os casos de pedofilia relacionados ao casamento infantil. Com essas medidas será possível conscientizar os jovens sobre como ter uma vida sexual saudável e sem gravidezes indesejadas, além de melhorar a qualidade de vida de crianças que até então eram vítimas de situações de abuso. Com a tomada de medidas, aos poucos o Brasil irá alcançar os níveis de desenvolvimento e educação sexual europeus.