Materiais:
Enviada em: 08/05/2018

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é dever do Estado e da família assegurar aos jovens o direito à vida, à saúde e à educação. No entanto, com o aumento da incidência de casos de gravidez precoce no Brasil, colocar essas garantias em prática torna-se cada vez mais difícil, visto que gestações vêm com consequências, tanto físicas quanto sociais. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os fatores relacionados à incidência da gravidez na mocidade, principalmente a limitada discussão sobre contraceptivos masculinos e o tabu envolvendo questões sexuais.   A prevenção à gravidez foi, durante muito tempo, disseminada como uma preocupação exclusivamente feminina. É comum, por exemplo, que em aulas sobre educação sexual os professores se dirijam apenas às meninas quando falam sobre métodos contraceptivos. Contudo, esse tipo de pensamento está equivocado e precisa ser extinguido, uma vez que os rapazes estão tão envolvidos no processo de concebimento quanto as garotas. Ademais, atualmente pesquisadores do mundo todo estão obtendo sucesso no desenvolvimento de um anticoncepcional masculino, provando, mais uma vez, que a preocupação deve partir dos dois parceiros.    Além disso, a falta de comunicação entre pais e filhos sobre questões sexuais também está intrinsecamente ligada à gravidez precoce no Brasil. Muitos adultos têm como pressuposto que discutir essa temática com os jovens os incentiva a se tornarem sexualmente ativos. Com isso, o diálogo é evitado e muitos adolescentes não são orientados corretamente, resultando em uma gravidez indesejada. Assim, muitas garotas extremamente jovens podem morrer no parto - ou em decorrência de complicações deste – e meninos e meninas abandonam a escola para cuidar da criança ou trabalhar, ferindo o que está previsto pelo ECA.   Diante do exposto, medidas são necessárias para resolver a problemática supracitada. É dever do Ministério da Educação implementar palestras expositivas que tratem sobre métodos contraceptivos para ambos os sexos, a fim de instruir a juventude e diminuir os casos de gravidez na adolescência. É de fundamental importância que pais e filhos atendam a essas palestras e, para isso, estas deverão valer pontos na média dos alunos, que só serão contabilizados se os pais estiverem presentes. Com isso, busca-se criar uma sociedade mais informada e incentivar a discussão sobre o assunto, diminuindo o tabu que o circunda. Quem sabe, assim, a gravidez na adolescência deixe de ser algo alarmante para o Brasil.