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Enviada em: 09/05/2018

Juno, a personagem do filme de mesmo nome, com apenas 16 anos, engravida de seu companheiro de classe. A obra cinematográfica aborda, principalmente, a problemática em torno da gravidez precoce. Decerto, pode-se afirmar que a realidade vivida por ela não se restringe somente ao longa metragem: contemporaneamente, no Brasil, cerca de 7,3 milhões de meninas com menos de 15 anos estão grávidas, de acordo com a ONU. Certamente, isso representa um problema social, pois a falta de planejamento familiar implica consequências negativas para o casal, como mudança de rotina e traz dificuldades face à procura de independência pela vida, principalmente para a mulher. Primordialmente, pode-se notar que entre as causas da gravidez na adolescência estão a ausência de conhecimento dos métodos contraceptivos e de como usá-los, devido à iniciação da vida sexual de forma precoce, e a dificuldade de acesso por parte do adolescente. Sob esse ângulo, o primeiro fator está relacionado a falta de informação do adolescente de práticas que previnem a gravidez. Muitas das vezes, ou os jovens desconhecem os objetos de proteção - camisinha, DIU, pílula, entre outros – ou não sabem manuseá-los de forma correta para evitar a fecundação. O segundo motivo é explicado pelo baixo poder aquisitivo para a obtenção desses instrumentos. Isso é o demonstrado pelo dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) que diz que 75% das meninas que têm filhos possuem baixa renda. Destarte, pode-se afirmar, portanto, que essas causas contribuem para o fenômeno cada vez mais substancial da gravidez precoce no país. Outrossim, as consequências de uma gravidez precoce e indesejada possuem características negativas nas esferas sociais, econômicas para a saúde da mãe e do filho. Em primeiro lugar, comumente a mãe abandona os estudos para se dedicar ao cuidado do filho e isso, indubitavelmente, aumenta a dependência econômica e familiares e os riscos de desemprego futuramente. Ademais, a ocorrência de mortalidade infantil em gravidez de adolescentes é alta e alarmante, o que compromete também o estado saudável materno. É possível notar, também, que as mães jovens podem vir à óbito por decorrência de tentativas de aborto inseguros em clínicas clandestinas e ilegais, haja vista que no Código Penal, o aborto é proibido legalmente, exceto em casos de estupro. Por conseguinte, esses efeitos promovem prejuízo às crianças, impacto na saúde pública, além da limitação no desenvolvimento pessoal, social e profissional da gestante e isso representa uma problemática para a sociedade em geral.