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Enviada em: 09/05/2018

Desde crianças, meninas recebem estímulos para, um dia, se casar, ter filhos e formar uma família. Esse é o legado do patriarcalismo enraizado na sociedade brasileira. Hodiernamente, essa herança resultou em outras problemáticas, como a gravidez na adolescência. Isso ocorre devido a negligência das instituições de ensino e a falta de instruções dos pais que, em sua maioria, como sequela da tradição patriarcal, não orienta seus filhos à respeito da sexualidade.      Primeiramente, de acordo com a tese do psicanalista brasileiro Augusto Cury, as escolas estão mais preocupadas em formar repetidores de informações que pessoas autônomas, criativas, espontâneas e capazes de gerenciar seu "Eu" de forma eficiente, em benefício da coletividade. Assim sendo, as instituições de ensino focam seus esforços em ensinar matérias científicas e negligenciam temas mais básicos como a gravidez na adolescência e suas consequências. O resultado disso é um aumento significativo na taxa de fertilidade de jovens entre 15 e 19 anos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).     Ademais, a sociedade brasileira moderna ainda é marcada pelo patriarcalismo, e como consequência disso, temas sobre sexualidade são considerados "tabu" e não são esclarecidos na maioria das famílias, contribuindo para a falta de informação de muitas jovens. Além disso, a gravidez precoce atinge as populações mais vulneráveis e com menos recursos para arcar com a responsabilidade de ser mãe, o que faz com que as jovens grávidas optem pelo aborto - ainda ilegal no Brasil - trazendo riscos para sua saúde.    Urge, portanto, medidas para atenuar a problemática da gravidez na adolescência. Cabe ao Ministério da Educação promover campanhas de Educação Sexual nas escolas, por meio de palestras com profissionais especialistas no assunto, para pais e alunos, a fim de sanar todas as dúvidas. Ao Ministério da Saúde, por sua vez, concerne fornecer atendimento médico e psiquiátrico qualificado durante e depois da gravidez para jovens e adolescentes, como garante a Constituição Cidadã de 1988. À mídia, compete incentivar discussões sobre o tema, com ficções engajadas e programas televisivos, além de estimular, através de propagandas, o uso de contraceptivos em geral. Aumentam, assim, as chances de ter um futuro melhor, digno e legítimo para todas as jovens brasileiras.