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Enviada em: 09/05/2018

Desde o iluminismo entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa que a gravidez na adolescência ainda é um problema em evidência, no Brasil, hodiernamente,verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática, e a problemática persiste intrisicamente ligada à realidade do país, seja pela atuação insatisfatória do poder público, seja pelo despreparo dos núcleos familiares. Nesse sentido, convém analisar as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.         Nesse contexto, é indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema, pois o Estado falha quando não oferece um respaldo eficaz para as mulheres que ficam grávidas na adolescência, sendo as maiores taxas de fertilidade em populações que vivem em condições de vulnerabilidade social, segundo dados divulgados pelas Nações Unidas. Tal fato se reflete nos escassos investimentos governamentais no que diz respeito à saúde dessas pessoas, descumprindo, então, o artigo 6 da Constituição Federal, o qual afirma ser dever estatal garantir saúde, proteção à maternidade e à infância.        Ademais, é importante destacar, nessa temática, que o preconceito da sociedade ainda é agente ativo na segregação das mulheres que ficam grávidas na adolescência. Exemplos disso é a crença equivocada, geralmente dos familiares, de que informar os jovens sobre métodos contraceptivos pode encorajá-los a se tornar sexualmente ativos, além de não discutirem sobre os perigos da gestação precoce, seja por despreparo, seja por esse assunto ainda ser consideral um tabu.         Portanto, como já dito pelo pefagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por ginecologistas, psicólogos e pedagogos, que discutam o problema da gravidez na adolescência e exponha os métdos contraceptivos seguros, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus, para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna do filósofo Platão.