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Enviada em: 10/05/2018

Como um país como o Brasil, com legislações extremamente inclusivas em textos sofisticados, não consegue efetivar construções sociais a respeito do fenômeno da gestação na adolescência? Ignorados frequentemente, indivíduos excluídos socialmente são os principais alvos desse fato social que eviden-  cia extrema fragilidade, devido a idade possuir oscilações biopsicossociais e a visão da gravidez na adolescência como um problema social.        Segundo o IBGE, é possível resgatar dados sobre o perfil de adolescentes grávidas em que 69% das meninas eram negras, 35% delas residiam na região Nordeste, 59% não trabalhavam nem estuda-   vam, porém aproximadamente 92% cuidavam de afazeres domésticos. Certamente, constatam-se controvérsias na inclusão e no aprimoramento  de políticas públicas e programas que garantem os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes. Ademais, cabe dar embasamento histórico que o Brasil provém de uma desigualdade social e gênero no qual apresenta-se intrínseca desde o período colonial com as famílias patriarcais que dificulta o progresso social.         Decerto, esse patriarcado repercute na gravidez de modo que a mesma é vista como maternidade, uma vez que o homem possui uma invisibilidade ao posto de paternidade para cuidados cotidianos com a criança. Esse aspecto evidencia-se na maioria das famílias, porque há uma preocupação maior em filhas engravidarem do que filhos serem pais. Isso se deve por alegarem que as meninas perdem a adolescência porque os pais são ausentes e irresponsáveis, sendo assim sobrecarregando a mulher. Entretanto, essa mentalidade não pode ser generalizada, visto que há pais que se comprometem com a paternidade e é dever deles arcar com a responsabilidade também.         Sem dúvidas, a gravidez na adolescência possui riscos, haja vista que a idade contribui com hormônios oscilantes ou complicações como anemia que,sobrepeso,abortos ou depressão pós parto que advém muitas vezes de uma gravidez não planejada ou indesejada. Além disso,comportamentos como utilização de drogas ou mesma a precária realização de acompanhamento pré-natal durante a gravidez deixando o bebê e a mãe suscetíveis à complicações. Contudo, esse fatores advém de falta de apoio da família e do pai ou até mesmo o não desejo de ter o filho por achar que acabou com a vida.          Em suma, percebe-se a importância da mobilização social em debater sobre o tema,para garantir que os adolescentes exerçam o direito de vivenciar a sexualidade de forma autônoma,afetiva,segura e responsável. Por meio de de instruções claras e sem martirizar caso aconteça a gravidez, como palestras nas Escolas com pais e filhos, a fim de a gravidez não se resumir em impactos negativos quanto às perspectivas de vida do adolescente.