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Enviada em: 20/05/2018

Obstáculo indesejado       A sociedade do início do século XXI entendia o homem como provedor e a mulher como dependente dele, visto que este tinha seus direitos preservados, enquanto ela era destinada às tarefas domésticas e a criação dos filhos. Da conquista pela inserção no mercado de trabalho, até o avanço de métodos contraceptivos, a gravidez na adolescência floresce num cenário turbulento e, ainda atropela no decorrer do desenvolvimento físico e emocional - um comportamento, incoerentemente, (oni)presente.       No que se refere a adolescência, consiste no período de transição tanto de comportamento, quando à busca de valores. Nesse contexto de incertezas, caracterizada por questionamentos existenciais, a concepção de uma criança provoca um choque, à medida que altera drasticamente a rotina dos pais, que precisarão abrir mãos dos estudos para cuidar do filho. Esses fatores contribuem para a perpetuação da evasão escolar, pobreza e violência familiar, visto que altera a relação do jovem com os pais.       Sob esse prisma, do ponto de vista biológico, a gestação na puberdade simboliza alto grau de risco, já que o corpo materno não encontra-se totalmente preparado para tal evento. Nesse sentido, a incidência de hipertensão é cinco vezes maior do que em mulheres adultas, fator esse que simboliza a eclâmpsia, agravando ainda mais a gravidez, sugere o Ministério da Saúde. Por esse viés, o pré natal revela sua importância na gestação, pois desmistifica as possíveis complicações que possa vir à tona.       Infere-se, pois, que a indesejável concepção na adolescência, conclama políticas públicas ativas. Dessa forma, o Ministério da Educação, através de profissionais específicos, deve propor programas de educação social para os alunos, por meio de palestras e dinâmicas que abordem a relevância de manter o estudo; e o Ministério da Saúde, promover campanhas midiáticas sobre o uso de métodos contraceptivos para prevenção de gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis, afim de que a concepção seja feita a partir da vontade dos pais e não como um obstáculo para o futuro. Logo, meios que retardem a mudança de valores face à procura de independência pela vida.