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Enviada em: 26/06/2018

No filme "Juno", a longa-metragem retrata a realidade de uma jovem grávida que cursa o ensino médio e enfrenta tanto dificuldades sociais, como a exclusão, quanto as dificuldades individuais, as quais requerem escolhas entre a prática do aborto, da doação ou da própria criação. Á vista disso, percebe-se a crítica social apresentada que vem gerando debate por conta das consequências da gravidez na vida dessas jovens, apesar da obra deixar implícita fatores que propulsionam a discussão da temática, como a falta de educação de qualidade e o tabu das famílias em falar sobre sexo.           Em primeiro plano, de acordo com portal G1, o Brasil é o país do continente americano com maior índice de gravidez na adolescência e, também, está entre os piores no ranking mundial da educação, segundo jornal EXAME. Dessa maneira, a correlação entre os dois no país é indubitável, visto que as maioria das garotas que engravidam são negras e pobres que sofrem com uma péssima formação pedagógica. Além disso, a pouca participação familiar sobre a discussão da gravidez precoce, por conta do tabu relacionado ao sexo, faz com que essa problemática também atinja meninas de maior poder aquisitivo, uma vez que nem todas escolas tem aulas de educação sexual ou reprodutiva.             Ademais, assim como mostra o filme "Juno", as consequências da gestação vão muito além dos 9 meses. Logo, a geração de um filho propõem inseguranças para o futuro, posto que o indivíduo tem de escolher entre a prática do aborto, que pode levar a morte, a criação da criança, o qual leva a desescolarização dessas adolescentes ou a doação, no caso, a opção menos prejudicial. Entretanto, essas escolhas podem gerar julgamentos e segregações sociais em virtude da inferiorização dessas gestantes por uma suposta irresponsabilidade exclusivamente da mulher na gravidez indesejada.              Entende-se, portanto, que não há progresso, sem mudança, conforme o dramaturgo e jornalista irlandês George Bernand. Então, cabe ao Ministério da Educação, junto ao Ministério da Saúde, por intermédio de aulas de saúde pública, ensinar e conscientizar a necessidade dos métodos contraceptivos e preservativos em relações sexuais e, através de postos de distribuição de preservativos em locais que esses jovens frequentam, como uma caixa de camisinha a disponibilidade em uma biblioteca da escola, deve disseminar na prática essa sensibilização, para que assim se crie autonomia e se evite a gestação precoce. Além disso, cabe à Secretaria de Assistência Social, junto à s escolas, promover palestras para as famílias dos estudantes para que incentivem o diálogo sobre sexo entre eles, além do desenvolvimento da empatia pelas alunas que passam ou passaram pela gravidez indesejada, para que não haja segregação ou julgamentos. Desse modo, pode-se controlar as taxas de gravidez na adolescência e evitar possíveis consequências na vida delas e no meio social.