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Enviada em: 04/04/2018

Inconsequente, ignorante e piriguete. Esses são alguns dos adjetivos pejorativos que algumas pessoas usam para caracterizar meninas que engravidam na adolescência, essa caracterização se dá, principalmente, pelo fato de que, no senso comum, a culpa de uma gravidez indesejada e precoce é somente da garota, sem se abordar quais foram os motivos que a levaram até essa situação, como a falta de informações acerca de métodos contraceptivos, sexualidade, prevenção e questões de gênero.    A problemática se encontra no fato de que o sexo é visto como tabu dentro da sociedade - desde o início da Idade Média, quando a Igreja Católica monopolizou todo o conhecimento e todas as ações consideradas naturais anterior a esse período - como o sexo - tornaram-se atividades pecaminosas. Nesse sentido, a "Família Tradicional Brasileira" possui uma visão de que não se deve discutir, com seus filhos, questões relacionadas à sexualidade, para que não os influencie "antes da hora"; enquanto a escola foca apenas nas doenças sexualmente transmissíveis, sem comentar sobre os modos de uso dos contraceptivos - como a utilização da camisinha (tanto feminina, quanto masculina), pílula anticoncepcional mensal e pílula do dia seguinte.    Ademais, também não há o debate acerca da possibilidade de ocorrer uma gravidez precoce e como os jovens devem agir nesses casos. Sem esquecer da ausência de conversas sobre a atividade sexual como um todo; afinal, a certeza é que os adolescentes irão transar algum dia e sem o apoio e informações dos adultos ao seu redor, eles farão escondidos e sem responsabilidade. Fator que pode acarretar em um número ainda maior de gestantes adolescentes, considerando que no Brasil existe uma taxa de 68,4 nascimentos para cada mil meninas de 15 a 19 anos, de acordo com o site naçõesunidas.org .    Portanto, mudanças devem ser feitas para mudar o cenário de adolescentes em gestação no país. A começar cabe ao MEC inserir nas grades curriculares de escolas públicas e privadas, da sétima série ao ensino médio, aulas sobre ética, sexualidade, prevenção, como agir em casos de gravidez e seus riscos à saúde, a fim de que os adolescentes tenham consciência de seus atos e saibam agir com prudência em relação às atividades sexuais. Não obstante, cabe ao Governo Federal a organização de palestras, via rádio, TV e internet, sobre a importância do debate em casa sobre sexo, gravidez, drogas e qualquer outro assunto presente dentro da sociedade, a fim de que os pais e responsáveis possuam uma maior presença na vida de seus filhos e possam ajudá-los com questões polêmicas e pouco difundidas, sem os julgar. Dessa maneira, talvez seja possível haver uma diminuição e um aumento, respectivamente, no número de garotas grávidas precocemente e jovens informados no Brasil.