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Enviada em: 12/04/2018

A faixa etária estabelecida como juventude é fundamental para a formação biopsicossocial do indivíduo. Para além das mudanças físicas, também é o período que caracteriza, na maior parte dos casos, a inserção na vida acadêmica e no mercado de trabalho. No entanto, o fenômeno da gravidez precoce no Brasil tem resultado na exclusão de milhares de adolescentes em relação a tais processos. Essa situação resulta, principalmente, da desinformação e, posteriormente, da falta de suporte as jovens mães.       Os fatores socioeconômicos influenciam esse cenário. Dados da ONU apontam uma maior incidência da gestação antecipada nos continentes mais pobres, incluindo a América Latina. Essa relação direta entre os aspectos econômicos e a ocorrência de tal evento também pode ser observada dentro do contexto brasileiro, onde a gravidez na adolescência é mais frequente entre as camadas menos favorecidas. Isso se dá porque as classes mais pobres, geralmente, são as menos instruídas, deixando os jovens dessa realidade mais suscetíveis aos riscos que envolvem o ato sexual por não receberem as informações corretas em nenhum âmbito.        Atualmente, a maternidade precoce no Brasil compromete no desenvolvimento de toda uma geração. Apesar de programas sociais como o Bolsa Família garantirem certa ajuda financeira nesses casos, ainda falta auxílio no que diz respeito as mães adolescentes com poucos recursos, que acabam sendo obrigadas a largar os estudos para cuidar de suas crias e, subsequentemente, ficam a mercê de empregos informais ou mau remunerados. Segundo o ativista americano Martin Luther King, uma injustiça em qualquer aspecto é uma ameaça a justiça em seu todo, sendo assim, a jovem forçada a largar seus direitos para assumir o papel de mãe prejudica não só a si mesma como o avanço da sociedade em geral.      É necessário, portanto, a busca por medidas que previnam a gravidez na adolescência e, posteriormente, quando já consumada, permitam a genitora uma melhor experiência. Primeiramente, os ministérios da Cultura e Educação devem se unir nas campanhas de prevenção, o primeiro usando de mídias televisivas e digitais para promover comerciais acerca dos métodos contraceptivos, enquanto o Ministério da Educação deve ser responsável por garantir que as instituições de ensino ofereçam aulas de educação sexual, provendo a informação a milhões de jovens pelo país. O Estado, por sua vez, deve investir na construção de creches especializadas em crianças menores de um ano por todo Brasil, assegurando que mães adolescentes não sejam forçadas a abandonar seus estudos. Dessa maneira, oferecendo uma perspectiva mais positiva para a juventude.