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Enviada em: 03/04/2018

No despontar do presente século, a gravidez na adolescência é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a combater, administrar e resolver. É mediante tal fenômeno que a vida de milhares de mulheres é colocada em risco. Por certo, a parcela da sociedade com menos condições financeiras é a mais afeta, isso se deve ao pouco acesso à contraceptivos e carência de informações mais precisas e atualizadas. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os efeitos profundos na saúde dessas jovens e qual o caminho mais correto a proceder.      Com a ascensão da desigualdade sociedade no Brasil, muitas pessoas são marginalizadas e têm o seu nível de educação afetado. Um exemplo disso, são os jovens brasileiros que ao crescerem nesses ambientes marginalizados, ficam carentes de informações atualizadas e precisas acerca dos perigos da gravidez na adolescência. Esse pensamento pode encaixar-se perfeitamente na alusão feita pelo sociólogo Roberto DaMatta às causas do aumento da gravidez na adolescência no Brasil: enquanto os serviços sociais - educação e saúde - não forem transformadores, os mesmos colaborarão para a continuação e transgressão da gravidez precoce. Dessa forma, o que deveria ser prevenido com setores basilares da sociedade traz problemas em níveis mais complexos.       Maior risco de morte materna, filhos com saúde frágeis e propícios à caírem na pobreza e aumento das doenças sexualmente transmissíveis. Muitos são os perigos que a gravidez na adolescência trazem aos jovens. Sobre essa mesma ótica, segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisas da USP, dentre as mulheres que engravidam na adolescência - 15 a 19 anos - 75% abandonam os estudos. De meros números para termos humanos, os filhos dessas mulheres tendem a ter uma qualidade de vida baixa, devido a dificuldade dos pais em conseguirem prosperidade financeira e ascensão social. Sendo assim, surge-se a necessidade de se revisar o papel do Estado e da sociedade frente a essa problemática.        Parafraseando o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo e necessita que seus órgãos estejam sadios para o pleno funcionamento. Tomando como norte a máxima do autor, para que a gravidez na adolescência acabe são necessárias medidas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, mídia e escola. O Estado deverá criar leis que proíbam o casamento infantil e uniões precoces, com efeito, muitas jovens que são coibidas a tal não terão o risco de engravidarem precocemente; a mídia deverá veicular em programas de grande audiência informações acerca da importância do uso de contraceptivos; a escola deverá incluir em todos os anos letivos do aluno aulas de educação sexual, com a finalidade de propagar informações precisas e atualizadas. Só assim o Brasil construirá caminhos seguros para os seus jovens.