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Enviada em: 04/04/2018

Um problema estrutural   A gravidez na adolescência, no Brasil, assim como outros diversos problemas sociais que o país enfrenta, decorrentes de seu IDH baixo, é uma questão de ausência de políticas públicas eficazes em áreas - socialmente se tratando - mais inferiores da sociedade, onde os níveis de conhecimento e educação da população são muito limitados.   Um fator decisivo para que esse declínio social que o país enfrenta esteja atrelado à desigualdade, característica de países em desenvolvimento, é o contraste na distribuição de renda, onde os recursos financeiros estão intensamente concentrados em áreas específicas, e, consequentemente, as deturpações sociais também passam a se desenvolverem de maneira concentrada, pois, no sistema capitalista, esse fator é determinante na qualidade de vida e na condição humana dos indivíduos.   Uma população pouco desenvolvida produz, em um alto grau, famílias desestruturadas, que, posteriormente, gera cidadãos pouco educados, que na adolescência, uma fase em que deveriam estarem se preparando e se planejando para o futuro, pela falta de perspectiva e oportunidades, acabam se sujeitando à situações de desilusão diante da vida, como ocorre com adolescentes que se tornam pais muito cedo, prejudicando, dessa maneira, não só a própria vida, mas, principalmente, a vida de seus filhos, que vão dá continuidade a essa desordem social. Perpetuando esse ciclo, torna-se, inevitavelmente, um problema de dimensão nacional, onde todas as classes são atingidas, pois, crianças que são vítimas de gravidezes irresponsáveis, naturalmente, devido à falta de oportunidades, recorrem, ao crime como forma de darem um sentido à sua existência, atingindo, então, as classes altas, que sofrem com os ataques criminosos.   Quando se trata de um problema que afeta todas as camadas da sociedade, é necessário se pensar uma uma intervenção na base da questão. A estrutura familiar é essencial à formação dos cidadãos, pois é nela que se dá os primeiros passos rumo ao processo educativo. Políticas que contribuam para o desenvolvimento das famílias brasileiras podem significar uma melhoria desse quadro, onde milhares de indivíduos se tornam pais ainda na adolescência, com pouca experiência de vida e sem terem condições financeiras, físicas e psicológicas de criarem um filho. A gravidez prematura só contribui para a desigualdade social, por isso, faz-se urgente programas de conscientização nos ambientes familiares e, também, individualmente, para a formação de jovens responsáveis, que possam, no futuro, representar um avanço na qualidade de vida da sociedade brasileira.