Enviada em: 04/04/2018

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, uma em cada cinco crianças brasileiras são filhas de adolescentes entre 15 e 19 anos. Essa proporção, revela a situação da saúde pública no país, evidenciando que a gravidez na adolescência é o reflexo da desigualdade no acesso à educação sexual e a alternativas de contracepção. As consequências são abrangentes para a jovem mãe, podendo afetar a sua saúde física, a convivência em sociedade e sua formação educacional, o que torna imperativa a discussão sobre gravidez precoce no Brasil.      Primordialmente, é necessário evidenciar o atraso promovido pela persistência do tabu em relação a educação sexual dos jovens. Ainda hoje, não existem canais abertos, em escolas ou em ambientes familiares, para a discussão da questão da gravidez na adolescência e as formas de contracepção. Simultaneamente, há a perpetuação da discriminação social  nas escolas e no mercado de trabalho com as adolescente grávidas. Em suma, a gravidez precoce diz respeito tanto a mentalidade social, quanto ao acesso e divulgação de informações de qualidade para os jovens.       Ademais, o sucateamento da rede pública de saúde, principalmente em regiões mais carentes, colocam em risco a vida da adolescente e o seu bebê, podendo levar a morte de ambos, partos prematuros ou lesões corporais na mãe. Da mesma maneira que a gravidez precoce é reflexo da ineficiência dos programas de saúde, são proporcionais as taxas de aborto, abusos sexuais, renda per capita e a baixa escolaridade da população.      Visto a abrangência desta temática dentro da sociedade brasileira, é indubitável a ação do governo e da sociedade contra essa realidade. Cabe ao Ministério da Educação a elaboração de palestras públicas, com foco nas escolas, acerca da gravidez na adolescência. Tais iniciativas, devem estar em parceria com o Ministério da Saúde, que deve garantir o direito, sem discriminação, a métodos contraceptivos. Além disso, os núcleos familiares devem abrir o espaço para diálogos acerca desse assunto, de maneira a apoiar e orientar da melhor forma os jovens.