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Enviada em: 12/07/2017

De acordo pesquisas do Grupo Gay da Bahia, aproximadamente a cada 25 horas uma pessoa homossexual é assassinada no Brasil. Destacando a discriminação como principal impulsionador do problema. Nesse sentido, é nítido que problemática da homofobia – intolerância tangente a orientação sexual alheia – faz-se presente no país, sendo um ato retrógrado, de caráter destrutivo e inercial, a ser criminalizado e combatido.        Primordialmente, em uma análise mais aprofundada, deve-se refletir sobre a influência dos aspectos socioeducacionais nesse impasse. Segundo a teoria da tábula rasa de John Locke: “o ser humano é como uma tela em branco que é preenchida por experiências e influências”. Logo, crianças ou adolescentes ao presenciarem frequentes comportamentos de incomplacência relacionados à homossexualidade no cotidiano familiar, inclinam-se a repeti-los no convívio social. Desse modo, tal conduta intolerante propaga-se entre as gerações posteriores, tornando a homofobia sistematicamente intrínseca à sociedade brasileira.            Ademais, é sabido que no Código Penal vigente não há classificação da homofobia como crime. Destarte, sem expectativa de serem punidos, muitos brasileiros utilizam da concepção homofóbica para externar ofensas, agredir e assassinar homossexuais. Nessa perspectiva, segundo dados da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, em 2015 o “Disque 100” recebeu 1.983 denúncias de agressões associadas a homofobia. Portanto, torna-se claro a urgência de lei específica referente à temática.            Sob outro ângulo, é possível avaliar a resiliência do problema na esfera social, ao analisar, conforme literatura machadiana, aspectos da natureza e ética humanas. Nesse âmbito o homem é visto como ser imoral, corrompido e propenso à violência, no qual há quase ausência de princípios. Assim, adicionam-se aos fatores supracitados atributos inatos, logo atemporais e tendentes à permanência.                 Outrossim, conforme a Lei da Inércia de Isaac Newton, um corpo tende a manter seu estado atual até que uma força atue sobre ele. Dessa maneira, a aplicação de “força” suficiente no percurso da homofobia torna-se imprescindível. Logo, faz-se necessário que, mediante aprovação da PL 7582, o Estado torne hediondos os crimes de ódio contra homossexuais, a fim de atenuar essa prática de violência na sociedade. À escola, cabe levantar discussões, acerca da orientação sexual, por meio de oficinas e debates com psicólogos e educadores especialistas na área. Além disso, as famílias devem dialogar com seus filhos sobre sexualidade, para mais, é preciso dar sempre bons exemplos de respeito e tolerância relacionados ao tema. Assim, talvez, o pensamento pessimista de Machado possa ser vencido, o homem consertado e a homofobia erradicada.