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Enviada em: 19/07/2017

Com raízes no período colonial, a homofobia – repulsa ou aversão aos homossexuais – ganhou espaço no cenário social do país, alimentada pelo modelo patriarcalista herdado dos colonizadores e pela perpetuação de práticas e discursos homofóbicos proferidos pelo Estado, igreja e sociedade. Em pleno século XXI, o combate à homofobia é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver.        Segundos dados publicados no jornal americano New York Times baseados nos estudos do Grupo Gay Bahia, o Brasil é um dos países com maior índice de violência por razões homofóbicas – mais de 1,6 mil mortos nos últimos quatro anos. Os dados escancaram a situação de violação do direito à vida, previsto na Constituição Brasileira e alerta para um histórico-cultural homofóbico e violento que, aliado à falta de informação da população; à ausência de leis rígidas e à impunidade aos agressores, cria um quadro de negação do direito à cidadania, expressando um profundo desprezo à própria democracia.        A luta contra o preconceito e pela isonomia de direitos da comunidade LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais – data de décadas atrás com os movimentos iniciados após a ditadura militar. No entanto, a lenta mudança da mentalidade social cria empecilhos contra essa parcela da população que convive com a discriminação já na infância ,com o bullying nas escolas, perpetuando na adolescência e chegando à vida adulta, com a notável dificuldade no mercado trabalho. Sob tal conjectura, medidas são necessárias para reverter o cenário hostil no país.        Convém, portanto, que, primordialmente, o Estado, gestor dos interesses coletivos, crie campanhas de conscientização à população, disponibilize delegacias especializadas no combate à violência aos homossexuais além de impor leis específicas mais rígidas e punições mais severas para aqueles que não as cumprem. Outrossim, urge que a mídia, por meio de novelas e seriados, transmita e propague a diversidade sexual com propósito de elucidar e desmistificar receios populacionais, mitigando, assim, defeito histórico. Soma-se a isso, a importância da escola, educadora, em promover o debate em aulas de Sociologia sobre a problemática com o fito de despertar o senso crítico dos alunos. Sob tal perspectiva, poder-se-á promover uma nação que respeite às diversidades e à democracia.