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Enviada em: 09/10/2017

Arco-íris  Segundo evidências, há uma sensação cada vez mais partilhada de que a vida da população homoafetiva é cada vez mais assombrada pela violência. De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), o número de assassinatos de homossexuais aumentou 27% no Brasil em 2012 e, de lá para cá, os índices só revelam crescimento. Em face disso, compreender a influência do contexto histórico e a consequente padronização dos valores sociais sobre a homofobia é um dos primeiros passos para sua erradicação.   Como bem demonstrou Foucault, o discurso de classificação sexual, seja tradicional, seja científico, tem origem histórica. Na Grécia Antiga, por exemplo, o tipo de relacionamento homoafetivo entre homens era normal e não causava espanto ou discriminação. Mais adiante, a partir do século XVIII, devido aos ideais de pecado e imoralidade defendidos pela Igreja, a homossexualidade foi idealizada como algo anormal, o que resultou em sua condenação. Posteriormente, foi intitulada pela Ciência como uma doença e um risco a ordem moral. O problema é que essa mentalidade retrógrada se perdurou e hoje alguns indivíduos se valem dela para justificar a homofobia, que tanto cresce no Brasil nos últimos anos.   Ademais, os padrões sociais também contribuem para a reprodução da homofobia. É só observar as expectativas que antecedem o nascimento. Antes mesmo de a criança vir ao mundo, num ambiente de família tradicional que preconiza a heterossexualidade como padrão natural e normal, todos querem saber se o bebê será homem ou mulher, para já definir o nome, os brinquedos e o enxoval. Graças a essa idealização do que é masculino e feminino, torna-se comum a desmoralização de outros grupos menores, como é o caso do homossexual, visto que apresenta um “novo” comportamento que entra em choque com essa antiga definição que limita a opção sexual ao órgão genital. Também, a falta de legislação dificulta o combate à homofobia. Até o momento, nenhum projeto de lei claro que criminalize práticas homofóbicas conseguiu ser aprovado no Congresso Nacional.  Há de se construir, portanto, caminhos que permitam erradicar a homofobia no Brasil. Para isso, o governo federal deve elaborar um portfólio de leis que condenem e criminalizem quaisquer práticas homofóbicas. Em seguida, deve trazer essa nova ordem aos comerciais televisivos e mídias sociais, a fim de suscitar o debate e a conscientização coletiva sobre as novas medidas punitivas aos homofóbicos. Assim agindo, a socialização tornar-se-ia mais respeitosa e pintada de várias cores.