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Enviada em: 10/08/2017

Ao contrário da visão positivista de Durkheim, Weber entende que os processos e fenômenos sociais são dinâmicos e mutáveis, os quais necessitam ser interpretados para que se extraia deles o seu sentido. Nessa lógica, pode-se afirmar que a questão da homofobia no Brasil exige uma discussão mais ampla sobre como o país que tem as leis de igualdade mais progressistas da América Latina é, também, o que possui o maior número de assassinatos movidos pela homofobia.       Defina-se nesse contexto, como ponto de partida, o fato de que no ano de 1990 a homossexualidade foi retirada da lista de doenças psicológicas pela Organização Mundial de Saúde, sendo esse um grande marco no combate à intolerância. O mais preocupante, contudo, é constatar que mesmo 27 anos depois, segundo sugere o Grupo Gay da Bahia, o Brasil é o país com a maior quantidade de crimes homofóbicos do mundo. Por consequência, deve-se entender que o país ainda é controlado por uma minoria conservadora a qual se recusa a interpretar novas informações e evoluir no tempo.       Ainda que todo esse cenário se configura em uma questão polêmica, é necessário perceber que os crimes de homofobia, muitas vezes, são mascarados com "em nome da família tradicional", mas não passam de ódio gratuito mascarado. Não deixa de ser curioso que na própria política brasileira há pessoas que agem dessa maneira, como o deputado Jair Bolsonaro em suas inúmeras declarações homofóbicas. Ganha configuração real, assim, que, há repressão e dificuldade na luta contra a homofobia, impedindo por exemplo a aprovação de uma lei que a criminalize.       Em virtude do que foi mencionado ao longo dessa discussão, espera-se que os esforços para mudança sejam conduzidos de modo a promover avanços com relação ao problema da homofobia brasileira. Nesse sentido, urge que a sociedade, de modo geral, pressione deputados por meio de protestos para que aprovem uma lei de criminalização da homofobia, com o propósito de punir de forma mais rígida e adequada atitudes intolerantes. Além disso, é preciso que o debate seja estimulado pela mídia ao introduzir no dia-a-dia do brasileiro exemplos da comunidade LGBT, não de forma caricata, mas séria, para que os indivíduos por meio do debate se eduquem para uma melhor convivência.