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Enviada em: 12/09/2017

Os movimentos de contracultura, provenientes da década de 1960, foram os precursores das ações sobre liberdade sexual no mundo contemporâneo. A união entre pessoas do mesmo sexo, no entanto, ainda é um tabu a ser quebrado devido ao conservadorismo impregnado na sociedade. Nesse contexto, o Brasil se insere em um cenário dividido entre: grupos religiosos e defensores da igualdade civil.       Primeiramente, é importante analisar o comportamento de outras nações a respeito da problemática. Vladimir Putin, chefe de Estado russo, promulgou uma legislação antigay, em 2013, a qual proíbe manifestações públicas homoafetivas por um século. Por outro lado, países como Uruguai, Argentina e Chile já constitucionalizaram o casamento gay. Embora os três casos sejam relevantes, a Argentina tornou-se referência pois, mesmo sendo um Estado oficialmente católico, optou pelo viés da liberdade individual.       Ao que tange à visão da camada religiosa, no Brasil, muitos negam a existência da homofobia e alegam a existência da cultura da violência. Essa perspectiva é baseada nos números sobre a violência urbana noticiados pelos meios de comunicação. De fato, há uma crescente em tais estatísticas. Mas, esse argumento é acompanhado da seguinte indagação:"quantos héteros são mortos todos os dias?". A premissa básica para discutir o assunto é entender não só os números, mas, também, a motivação do crime.       Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, o Brasil é onde mais ocorre homicídios aos LGBT's no mundo. Dessa forma, quem defende a igualdade civil lembra dos outros grupos que tiveram suas necessidades atendidas: mulheres e vítimas de preconceito racial. A partir disso, surge a luta por uma jurisdição específica. Consoante, a Parada Gay, evento de atração turística que traz benefícios à economia das cidades, tem importante significado no combate a heteronormatividade, além dos comerciais de televisão. A empresa O Boticário, por exemplo, realizou um comercial do dia dos namorados, em 2015, com casais de diferentes orientações sexuais. De acordo com a própria, houve aumento de vendas mesmo após boicote do setor conservador.       A fim de homeostase, portanto, medidas pragmáticas são necessárias. Por isso, é papel do Estado brasileiro criminalizar a homofobia e criar delegacias especializadas para as denúncias. Ademais, tornar inafiançável a condenação para quem causar danos físicos. A mídia, por meio das ficções de engajamento, pode levar o debate para dentro das casas da população e elucidá-la sobre a questão. Também, o Governo deve administrar parte do capital arrecadado nos eventos  de Parada Gay e, em parceria com ONG's, financiar projetos que tenham o objetivo de atenuar esse mal.