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Enviada em: 15/10/2017

Jean-François Lyotard, pensador francês do século XX, caracterizou a pós-modernidade como um período no qual as visões de mundo até então estabelecidas entrariam em colapso, permitindo que os indivíduos criassem tudo novo. Todavia, no Brasil, essa narrativa é posta em risco com a persistência da homofobia, causada, dentre outros, por influência religiosa e pelo conservadorismo de grande parte da população.       Primeiramente, pode-se afirmar que a importância da religião no cotidiano das pessoas, de certa forma, contribui para a intolerância contra os homossexuais. Um exemplo disso é a existência, no Congresso Nacional, de uma bancada evangélica que fala abertamente contra essa parcela da sociedade. Isso se torna perigoso pela capacidade desses políticos de incentivar, mesmo que involuntariamente, o discurso de ódio contra essa minoria, o que prejudica ainda mais o progresso social do país.       Ademais, o conservadorismo social dos brasileiros, originado sobretudo na religião, pode acabar resultando em comportamentos homofóbicos. Segundo o "The New York Times", jornal americano de renome mundial, o Brasil é o país mais perigoso do mundo para os homossexuais. Isso pode ser facilmente entendido por meio dos dados sobre a homofobia divulgados pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), uma organização não-governamental que alega que um homossexual é assassinado à cada 25 horas no país.       Torna-se evidente, portanto, que a aversão aos homossexuais persiste no Brasil, contribuindo para o atraso social do país. Logo, é imprescindível que o Poder Legislativo aprove leis que não apenas tornem a homofobia crime, mas que também estabeleçam punições severas àqueles que a praticarem, visando a por fim à impunidade. Soma-se a isso o papel da mídia como difusora de ideias, que deve criar e amplamente divulgar campanhas que sensibilizem as pessoas, com o intuito de diminuir a intolerância contra os homossexuais. Talvez, assim, seja possível criar uma visão de mundo mais tolerante, destruindo a velha visão homofóbica, colocando o país na pós-modernidade de Lyotard.