Materiais:
Enviada em: 14/09/2017

Embora o Brasil, por ser miscigenado, seja tido por outras nações como tolerante, o cotidiano retrata uma sociedade que devido a uma herança patriarcal, ainda vive sob a mácula da intolerância em relação aos homossexuais. Com base nisso, houve um aumento nos últimos anos do índice de pessoas homoafetivas que sofreram algum tipo de violência, segundo estudos da Secretaria dos Direitos Humanos. Isso é fruto, quase sempre, de uma falha na construção do caráter, e também da impunidade aos crimes de ódio.    Em primeiro lugar, cabe destacar que discriminar uma pessoa em virtude da sua orientação sexual, fere o direito à dignidade e à isonomia da Constituição Brasileira de 1988, que garante a liberdade de escolha de cada indivíduo e a igualdade entre todos os cidadãos. Contudo, no Brasil, muitas pessoas não aceitam a homossexualidade e a consideram, não só uma anomalia, como também uma perversão. Assim, pode-se perceber que um dos fatores dessa atitude anacrônica persistir na sociedade brasileira, é que a homofobia ainda não foi criminalizada, de forma que o projeto de lei já existe, mas ainda não foi aprovado.    Por outro lado, é imprescindível retratar, também, o fato de que no Brasil, a cada 28 horas, um homossexual é morto, boa parte das vezes, com requintes de crueldade, de acordo com levantamentos da ONG, que defende essa minoria, o Grupo Gay da Bahia. Esse dado revela a realidade repugnante de um país preconceituoso, que ainda carrega traços de seu passado colonial, no qual considera certos indivíduos superiores em relação a outros. Ademais, a homofobia, é um problema, sobretudo cultural, relacionado com a má formação ética de muitos cidadãos, que não respeitam o próximo.    Fica evidente, portanto, que como citou a escritora Hellen Keller, a educação é o principal meio de combater a intolerância. Logo, cabe ao Legislativo aprovar o projeto de lei 122, que criminaliza a discriminação com os homossexuais no Brasil, a fim de reduzir os atos violentos contra essa minoria. Isso tem que acontecer aliado com a criação de delegacias que funcionem 24 horas, para atender as vítimas desse tipo de crime. Já a mídia, junto com a Secretaria dos Direitos Humanos, por meio de campanhas de conscientização na televisão, deve intensificar as propagandas de luta contra a homofobia. Isso precisa ocorrer com a intenção de alertar a população das consequências dessa prática preconceituosa. Do mesmo modo, os principais agentes formadores, escola e família, necessitam, por meio do diálogo, ensinar às crianças, a importância dos valores, como o respeito às diferenças.