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Enviada em: 18/09/2017

No livro O cortiço, de Aluísio Azevedo, o personagem Albino é caracterizado como um homem afeminado que diverge opiniões entre os moradores do local.Partindo da dimensão ficcional, a história da obra se repete devido a imortalização do tradicionalismo no corpo social, promulgando um sentimento de ojeriza aos homossexuais.Ademais,além da associação da orientação sexual como um desvio de caráter, a violência contra a comunidade LGBT tem provocado diversos entraves sociais que prejudicam a dignidade humana.  É indubitável que o conservadorismo social estimula a perpetuação de preconceitos contra a minoria abordada.De acordo com o teórico francês, Michel Foucault, a partir do século XVIII a comunidade global adotou um novo modelo de relações poder baseado no controle das mentes e na docilidade dos corpos.De maneira análoga,partidos político regressistas e conceitos religiosos propagam na sociedade métodos de domínio dos seres humanos através da afirmativa de que a orientação sexual deve estar vinculada com um padrão imutável e predominante.Desse modo, indivíduos que não seguem o paradigma da heteronormatividade são excluídos socialmente e impedidos de declarar abertamente sua sexualidade.  Outrossim, motivada pelos preconceitos arraigados na sociedade, a violência contra os homossexuais assume um papel díspar perante aos direitos inerentes ao homem.Partindo de tal conjectura, Hannah Arendt em suas obras discorre sobre a " banalidade do mal ", no qual os indivíduos normatizam as barbaridades que acontecem cotidianamente ,sem questionar ou julgar.Logo, o crescente número de assassinatos contra esse contingente assume uma realidade que desrespeita a Constituição Federal e trivializa a segregação sofrida por essa minoria social.Com isso, é importante salientar que a violência  e o repúdio a união homoafetiva produz um cenário alarmante, um dado que comprova esse fato é que em 2016, a cada 25 horas um homossexual foi morto no Brasil, de acordo com o Grupo Gay da Bahia.  Infere-se, portanto, a necessidade ao combate à homofobia.Dessa modo, a criminalização da ação homofóbica é essencial para a extinção da problemática, já que a nação brasileira ainda é alvo de discussões acerca da segregação das minorias.Dessa maneira, a junção do Ministério da Justiça com o Ministério dos Direitos Humanos é fundamental para a criação de técnicas especializadas na denúncia a violência contra os homossexuais, isto deve ser feito por meio da capacitação de agentes civis e judiciários em delegacias capacitadas e  também pela propagação no  meio midiático o empoderamento dessa massa.Destarte,a modificação da história de personagens reais  que configuram a realidade brasileira poder-se-á ser um fato e não uma utopia.