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Enviada em: 23/09/2017

De acordo com Michel Foucault, filósofo francês, a sexualidade humana na contemporaneidade esteve regida por processos patológicos, o que levou a ciência e a religião buscarem por cura e normalização. Em meados dos anos 1980, a homossexualidade deixou de ser considerada doença no Brasil, porém devido a herança histórico-cultural e o conservadorismo, a problemática ainda persiste no país, gerando violência e exclusão.    É inegável a constante repressão policial e psíquica vivida pela comunidade gay nos anos 30, principalmente nos grandes centros brasileiros, fato que contribuiu para a marginalização e a atribuição de diversos termos pejorativos aos homossexuais. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, toda sociedade incorpora os padrões sociais impostos e os reproduz através das gerações, logo, vale ressaltar a imposição religiosa das relações heteroafetivas, o que levou a sociedade a naturalizar o preconceito contra pessoas que não seguissem tal modelo.       Outrossim, nota-se a omissão do poder público, o que promove a injustiça, o medo e principalmente a violência. Conforme o Grupo Gay da Bahia, em 2016 foram registradas 343 mortes de pessoas LGTBs, realidade que também ocorre por falta de leis específicas que punam crimes relacionados a homofobia. Em consequência disso, os direitos humanos são violados, de modo que a vítima seja afetada diretamente no âmbito social, politico e emocional.        Sendo assim, faz se necessário a adoção de medidas que assegurem plena cidadania à comunidade LGBT. Portanto, cabe ao Poder Legislativo desenvolver leis que combatam a discriminação homossexual, para que se tenham estatísticas e políticas públicas de proteção. Ademais, as instituições de ensino, em parceria com a mídia e ONGs, podem ampliar o assunto por intermédio de debates, trabalhos e campanhas publicitárias. Além disso, é imprescindível a ação do corpo social perante situações de injuria, denunciando e colaborando com a segurança. Somente assim, revertendo a patologia social, formará-se um Brasil mais tolerante.