Materiais:
Enviada em: 22/09/2017

Durante a Segunda Grande Guerra, Alan Turing, o exímio matemático britânico que decifrou o Enigma alemão, se suicidou após ser condenado à castração química por ser homossexual. Embora a lei tenha sido extinta e a aceitação social ao longo do tempo tenha ficado pouco maior, o preconceito às escolhas sexuais ainda persiste e mata, no Brasil, 1 gay a cada 25 horas, segundo o jornal O Globo. Logo, a homofobia é uma questão de saúde pública alarmante, pois, apesar do grande número de casos, as vítimas sofrem danos físicos e psicológicos irreversíveis.    Desde 1990, a Organização Mundial da Saúde não trata mais a homoafetividade como uma doença mental. Ela também não é tratada como uma escolha, sendo vista tal como um conjunto de influências bio-psico-socio-cultural, em que a inclinação para o(s) sexo(s) baseia-se na sua atração pessoal. Apesar de saber disso, a sociedade ainda é extremamente preconceituosa com uma escolha que cabe apenas ao indivíduo. Essa prática errônea (que ainda não é aplicada na Constituição como crime específico) é cada vez mais vista nas escolas, nas igrejas, no trabalho, em ambiente familiar e nas ruas. Como foi o caso de Dandara dos Santos, travesti fortalezense que foi xingada e agredida até a morte por quatro homens em plena luz do dia.  De acordo com o pensamento do sociólogo Émille Durkheim, as instituições sociais são responsáveis por transmitir as regras e a moral dos indivíduos. Porém, elas estão apropriadas à mudança quando existe uma grande combinação de pessoas precisando dela. Ou seja, essa discriminação pode e deve ser mudada através das entidades formadoras dos valores. Espancar e insultar outro ser humano, seja por cor, raça, opção sexual ou qualquer outro motivo que o torne diferente, e principalmente quando não é de sua escolha, é inaceitável e precisa de ações para que os princípios ensinados nas organizações sejam reajustados e favoreça a sociedade como um todo.  Portanto, realizar mudanças no pensamento das pessoas sobre o respeito e a empatia surtirá maiores efeitos, no presente e no futuro, do que apenas puni-las. Sendo assim, o Ministério da Saúde, junto com os veículos de informações, deverá realizar propagandas para informar sobre como a sociedade deve agir e respeitar os homossexuais, para que possam diminuir os casos preconceituosos nas ruas e em ambientes de trabalho. As igrejas, por mais que isso é visto como pecado, ensinar aos seus fiéis o amor e o respeito que as suas divindades deixaram como legado. E as escolas, em conjunto com a família, instruir os seus alunos para ter afeição com esse tipo de diferença, além de disponibilizar de psicólogos para todo um suporte àqueles que ainda possuem dúvidas se são ou não homoafetivos.