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Enviada em: 06/10/2017

A prática de repulsa e de aversão aos homossexuais e à homossexualidade, conhecida como homofobia, é uma realidade que assola o Brasil. Diante do conservadorismo da sociedade, sustentada pela lógica heteronormativa, é comum a ausência de discussões sobre a temática de gênero e de sexualidade, o que fomenta a existência de ideais preconceituosos entre os brasileiros. Além disso, a homofobia implica em uma visão patológica da homossexualidade submetida a terapias e à tentativa de cura. Nesse contexto, nota-se a necessidade de reverter o atual panorama, a fim de assegurar, como proposto pela Constituição Federal do país, o respeito à dignidade humana.       Por certo, a população brasileira vivenciou, em 2013, a regulamentação do casamento gay no país. Todavia, mesmo que essa ação represente um avanço rumo à igualdade de gêneros, a homossexualidade é, ainda, tratada de forma conservadora por algumas instituições, como a família e a escola, quando essas evitam e reprimem a abordagem da diversidade sexual. Nessa perspectiva, os jovens são, muitas vezes, levados a associar os homossexuais a uma condição de inferioridade, tratando-os como indivíduos que não merecem respeito e direitos. Dessa maneira, a ausência de discussões acerca da sexualidade sustenta ideias infundadas e estimula a homofobia, o que corrobora a necessidade de mudanças, pois, tal como enunciado pelo escritor Machado de Assis, "um preconceito desfaz-se, basta simples reflexão".        Ademais, a homofobia também se expressa na tentativa de associar a homossexualidade a uma patologia. Nesse cenário, em que não se tolera o diferente e não se permite a liberdade de escolha, a criação de uma doença ilusória e seu respectivo tratamento contraria o princípio basilar da Constituição do Brasil e os artigos presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde asseguram-se o direito à liberdade e o respeito à dignidade de qualquer cidadão.        Portanto, percebe-se que, com o intuito de desconstruir o ódio à homossexualidade, são necessárias ações de diferentes agentes. Dessa maneira, cabe à escola, com o apoio da família, promover, regularmente, palestras ministradas por psicólogos a respeito da diversidade de gênero e da sexualidade, de modo a debater a importância do respeito aos homossexuais, visando a reduzir as práticas homofóbicas destinadas a esse grupo. Ainda, torna-se imprescindível que o Estado, aliado à mídia televisiva, divulgue, por intermédio de propagandas educativas, a liberdade de escolha sexual e as punições que serão aplicadas àqueles que praticarem atos discriminatórios e descumprirem as determinações da Constituição. Essa medida visa a minimizar a homofobia e garantir a convivência harmônica dos homossexuais em sociedade.